Para aumentar a sua popularidade, revertendo seu perfil perante as pesquisas eleitorais, o candidato do PSD ao governo de Minas, Alexandre Kalil, terá de criar um fato novo. Do contrário, vai se desenhando cada vez mais a vitória do governador Romeu Zema (Novo) no projeto de reeleição. Essa é a observação realizada por cientistas políticos e jornalistas.
Lideranças ouvidas por nossa reportagem lembram que a estratégia de Kalil em fazer críticas à administração Zema não funcionou como o esperado. E a sua insistência nesta tese em nada tem revertido a situação perante os eleitores. Fora isso, muitos deputados que fazem coligação com ele, preferem caminhar ao lado do projeto do atual governador, dificultando muito o aumento da popularidade de Kalil nas diferentes regiões do estado.
Eles apontam possíveis erros estratégicos da candidatura do ex-prefeito. Por exemplo, ele foi várias vezes ao Norte de Minas, especialmente, em Montes Claros, enquanto os maiores colégios eleitorais estão na Zona da Mata, Sul de Minas e Triângulo Mineiro, regiões que não contaram com a presença dele durante a campanha.
Semana passada, o ex-presidente Lula (PT) visitou Montes Claros, que ocupa o 6º lugar no ranking, quando o assunto é o tamanho dos colégios eleitorais mineiros. “Desse modo, pode ter ocorrido uma falha na montagem da agenda do presidencial em Minas”, dizem os especialistas.
Viana e Pestana
A possibilidade de haver segundo turno em Minas Gerais estaria na dependência de um crescimento de popularidade de outros nomes que participam do pleito eleitoral. Neste sentido e, segundo informações de bastidores, o senador Carlos Viana (PL) tem o projeto de eleger o seu filho Samuel Viana para deputado federal. Tanto que ele aceitou a humilhação do presidente Jair Bolsonaro ao dizer que, se tiver segundo turno, vai buscar apoio de Zema. Ou seja, nem o próprio presidente acredita na candidatura do senador ao governo do Estado. A respeito disso, é nítida a falta de interesse dos bolsonaristas no projeto de Viana.
Relativamente ao candidato dos tucanos, Marcus Pestana, rememora-se que a presença dele no páreo só veio acontecer no último instante, bem no limite do prazo oficial para realização das convenções. Ou seja, o PSDB demorou a homologar a candidatura dele ao governo de Minas e isso pode ter atrapalhado seu crescimento perante a opinião pública. Diante desta realidade, o seu nome sempre ocupa o 4º lugar nas pesquisas.
Ainda a respeito do PSDB, sabe-se, por diferentes fontes, da preocupação do deputado Aécio Neves no sentido de conquistar uma boa votação para continuar como deputado federal, afinal, na sequência, já começaria a trabalhar projetos mais ousados, especialmente para 2026.
