Apesar de ainda estarmos na pandemia da COVID-19, desde o ano passado, com as flexibilizações dos protocolos de segurança, os hotéis já estão liberados para funcionar com toda capacidade. De acordo com dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), o setor hoteleiro deve registrar aumento de 50% a 60% no segundo semestre deste ano.
No dia 2 de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em comparação com os últimos 3 meses do ano passado. Essa alta foi influenciada, em especial, pelo segmento de “outros serviços”, que engloba a rede hoteleira e os bares e restaurantes.
Segundo Leandro Azevedo, gestor comercial de uma empresa desenvolvedora de sistemas para gestão do setor hoteleiro, a flexibilização da quarentena ajudou no aumento do fluxo de hóspedes em hotéis, hostels e pousadas. “Com a diminuição de casos e, também, do número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), muitos pretendem viajar mais. Para aqueles que ainda possuem certo receio, hoje há hotéis que oferecem um serviço que tem menos hóspedes, mas é personalizado e atende bem às famílias. E para quem está buscando festas, há lugares badalados e praias”.
Para ele, o alto preço das passagens internacionais pode fazer diferença no aumento de viagens nacionais, com a possibilidade de haver muitas promoções internas e boas opções de pacotes de serviços por preços interessantes. Ele explica que os hotéis precisam se estruturar para a questão de captação dos hóspedes. “Com o avanço da demanda, eles terão que mostrar seus serviços para atrair mais clientes”.
O setor de turismo corporativo vem mostrando bom desempenho. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) aponta que o segmento faturou, em maio, R$ 1,093 bilhão em relação a abril, mês que já havia sido positivo, com uma movimentação de quase R$ 875 milhões, um crescimento de 25%.
Azevedo diz que os hotéis executivos, voltados para negócios, vêm evoluindo no que diz respeito a proporcionar mais comodidade aos hóspedes. “Oferecem serviço de translado, internet de qualidade para que seja possível trabalhar, estacionamento, cashback, plano de fidelidade, room service, etc. Cada vez mais, o hoteleiro precisa incrementar a gama de produtos e serviços”.
Ele esclarece que alguns segmentos do mercado nacional investem de 3% a 5% em tecnologias e ferramentas de software de segurança que ajudam no dia a dia da empresa. “O setor hoteleiro está começando a olhar para essa questão de investir na qualificação do atendimento e dos produtos que oferece dentro do hotel, além do posicionamento no mercado e nas redes sociais, o que ajuda a captar mais hóspedes brasileiros e estrangeiros”.
O desenvolvedor de software, Gustavo Henrique, pode trabalhar de onde quiser, desde que tenha um computador e uma boa conexão à internet. Ele já fez viagens para feiras e congressos e diz que presta atenção ao escolher o hotel. “Procuro preços em conta, mas também vejo quais diferenciais o local poderá me oferecer, por exemplo, o translado, algo que gosto de ter quando viajo sozinho”.
Ele acredita ser essencial, após os 2 anos de pandemia, os hotéis se reinventarem e focarem em oferecer melhores estadias. “Acho que deixar a experiência do cliente mais tranquila e, principalmente, fácil e rápida é importante, como o hóspede conseguir fazer check in e check out por uma plataforma sem precisar passar pela recepção e enfrentar fila, entre outros benefícios”.