Há um esforço colossal das forças de segurança pública que atuam em Belo Horizonte quando o assunto é moradores em situação de rua. A preocupação constante tem a finalidade de evitar que, em determinado momento, esse cenário acabe se espalhando pelos quatro cantos da cidade, afinal, são seres humanos vivendo de forma subumana.
Em uma recente palestra de oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), realizada no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), foi destacado que, atualmente, são mais de 8 mil pessoas vivendo nas áreas públicas da capital mineira. Desse montante, apenas cerca de 25% são de BH, enquanto os demais são naturais de municípios mais distantes do estado, inclusive de outras unidades da federação. Ainda segundo a PMMG, existem até estrangeiros.
Contudo, vale ressaltar que a rua não é necessariamente um lar, um lugar amistoso para se viver. Tanto que os representantes da PM informaram que há aproximadamente 50 nomes de criminosos de alta periculosidade, com processos e inúmeras passagens pelas delegacias, dentre esses moradores em situação de rua.
De acordo com a PMMG, eles se infiltram entre os habitantes de rua com a finalidade de praticar diferentes tipos de delinquências. E, para coibir isso, especialmente na região central, houve uma reunião de representantes da instituição com membros do Judiciário, juntamente com o Ministério Público. O objetivo é buscar uma maneira segura de manter esses meliantes presos, pois isso minimizaria a onda de furtos no Centro, Santa Efigênia e Savassi.
Em verdade, a capital mineira se encontra no mesmo patamar das grandes cidades brasileiras. Ou seja, elevado índice de pessoas desabrigadas e que não tendo para onde irem, se utilizam dos espaços públicos como moradia. O tema não é novo, no entanto, devido à pandemia, a realidade tornou-se ainda mais cruel para quem não dispõe de recursos para manter uma vida humana com o algum grau de dignidade.
As consequências advindas do desarranjo econômico atingiram a todos. Por isso, seria necessário que as autoridades prestassem atenção no cenário que se desenha. Enquanto na Savassi, a situação é de relativo controle, no bairro da Lagoinha, mais precisamente no complexo de viadutos que dão acesso à região da Pampulha, centenas de barracas estão servindo de moradia. O problema é que, por lá, aumenta vertiginosamente o movimento dos usuários de drogas. Se não for feito algo com urgência, o espaço poderá, em breve, ser considerado um retrato mineiro da Cracolândia, como já temos em São Paulo. Inclusive, há relatos de que os moradores do bairro Bonfim e região já se sentem ameaçados pela desordem social.
É hora de deixar de lado o viés ideológico e o debate político para buscar a união de forças entre estado e município, com o objetivo de conter essa escalada de insegurança em Belo Horizonte.