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Exportação de cachaça cresce 40% em 2021

Números indicam uma retomada no setor após impactos negativos da pandemia | Foto: Reprodução/Internet

A exportação de cachaça cresceu no Brasil em 2021. Dados do Comex Stat, compilados pelo Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), apontam que, quando comparado com 2020, o setor apresentou um avanço de 38,39% em valor e 29,52% em volume.

Em 2020, a exportação em litros havia caído 23,9% em relação a 2019, totalizando 5,57 milhões de litros exportados da bebida. Já em 2021 foram vendidos 7,22 milhões de litros de cachaça, um aumento de 29,52%. O mesmo aconteceu com o faturamento: enquanto, em 2020, o segmento faturou US$ 9,5 milhões (34,8% a menos que em 2019) com as vendas externas, no último ano esse faturamento chegou a mais de US$ 13,17 milhões, um avanço de 38,39 %.

Em 2021, Estados Unidos, Alemanha e Paraguai foram os países que mais importaram a cachaça em termos de valor. Os EUA compraram um valor de US$ 3,48 milhões, demonstrando um crescimento de 56% em relação a 2020. Enquanto isso, o valor de importação alemã teve um aumento de 41,37%, passando para US$ 1,88 milhão em 2021 e o Paraguai importou US$ 1,32 milhão. Em volume, esses três países também lideram o ranking, sendo Paraguai o primeiro colocado, com 1,63 milhão de litros importados, assim como a Alemanha com os mesmos 1,63 milhão de litros (um volume 47,75% maior ao importado em 2020) e os EUA aparecem em terceiro lugar, com 903 mil litros.

São Paulo e Pernambuco são os estados que mais exportam em termos de valor, com o total de US$ 6,09 milhões e US$ 1,84 milhão exportados, respectivamente. Na 3ª, 4ª e 5ª posições surgem o Rio de Janeiro (US$ 1,30 milhões), Paraná (US$ 1,23 milhões) e Rio Grande do Sul (US$ 883 mil). Já em volume, São Paulo (3,15 milhões de litros) e Pernambuco (1,95 milhão de litros) se destacam novamente, seguidos do Paraná (1,15 milhão de litros), Rio de Janeiro (378 mil litros) e Minas Gerais (248 mil litros).

Para o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, os números são positivos, pois a COVID-19 afetou duramente o setor. “Tanto em relação às vendas do mercado interno, quanto à exportação. O fechamento de bares e restaurantes, além de todas as imposições que aconteceram durante o período da pandemia, teve um impacto direto no segmento. E essas restrições ocorreram não só no Brasil, mas no mundo todo, o que dificultou a balança de exportação, que sofreu queda em termos de volume e valor em 2020”.

De acordo com Lima, no ano passado, os impactos foram percebidos por todo o setor. “Muitos fabricantes sentiram a falta de matérias-primas, principalmente garrafas. Além disso, o aumento do frete internacional e a escassez de containers afetaram negativamente a cadeia de produção. Mas, ainda assim, conseguimos vislumbrar um desempenho positivo”.

A retomada, na visão do diretor, está acontecendo, mas lentamente. “Com o avanço da vacinação em todo o mundo, a exportação começou a crescer. Os números demonstram que o setor tem uma capacidade significativa de se reestruturar. Trata-se de um processo que reflete não só o fomento do ramo, mas seu potencial de reagir a um ambiente mais favorável de negócios”.

Uma série de fatores faz com que Lima se sinta otimista para este ano. “O próprio Ibrac tem desenvolvido uma série de projetos setoriais de promoção de exportação. Além disso, do avanço vacinal e a retomada dos eventos presenciais. É cedo para dizer, mas se não formos surpreendidos com novos fechamentos, acredito que o setor possa recuperar seu faturamento aos patamares da pré-pandemia”.

O empresário Lucas Mendes também segue confiante para 2022. No ano passado, devido à baixa no mercado, ele não conseguiu exportar suas cachaças para a Alemanha, destino em que já tem o hábito de fazer a venda. “Nós exportamos de uma a duas vezes por ano para um parceiro da empresa, mas, em 2021, foi inviável. Contudo, acredito que agora seja possível retornar à atividade, afinal, a exportação traz um valor agregado e que é importante”.

Mendes conta que tem investido no marketing, novas garrafas e em mídia. “O próprio nome da região de Salinas tem um apelo significativo para a cachaça e isso inclui Minas Gerais, contribuindo para o fomento geral do setor. 2022 será um ano melhor”.