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Apesar da crise sanitária, venda de imóveis no país deve crescer 35%

Osonho da casa própria pode parecer longe de ser alcançado, mas está entre os principais objetivos de vida de muitas pessoas. E sair do aluguel tem sido um propósito cada vez mais possível de realizar. De acordo com dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe), as vendas de propriedades cresceram 26,1% no ano passado. Segundo levantamento da Abrainc feito com empresários do ramo, a comercialização de imóveis residenciais deve ter uma alta de 35% em 2021.

Para Luiz Henrique Vilain, especialista de crédito imobiliário, a projeção é baseada nas unidades entregues em 2020, fácil acesso ao crédito e pela alta procura. “O crescimento na busca por imóveis vem ocorrendo desde 2017. No entanto, os números podem ser revistos, uma vez que a taxa básica de juros Selic já sofreu seu terceiro aumento esse ano, indo de 2% a 4,25%. Com essa elevação, o mercado pode sofrer retração na oferta de crédito”.

Em todo o Brasil, mais de 13 milhões de famílias almejam comprar um imóvel nos próximos 2 anos, conforme aponta estudo da Datastore, empresa especializada em pesquisas do setor imobiliário. “Uma grande parcela da população tem interesse visando conforto e praticidade, principalmente, para instalarem o home office, modalidade de trabalho adotada em tempos de pandemia. Entre outros motivos está a insatisfação das pessoas com o imóvel atual, devido à necessidade de adaptação e a superconvivência em casa, com familiares e pets durante o isolamento social”, afirma Marcus Araujo, CEO e fundador da Datastore.

Orientações para aquisição
O imóvel é um bem durável e a compra deve ser muito bem analisada, afinal, será uma dívida de longo prazo. “É necessário fazer um planejamento financeiro para que as parcelas não afetem negativamente o orçamento familiar. Muitos pensam em migrar do aluguel para o financiamento, mas não levam em consideração também outros custos envolvidos, como o valor de entrada, impostos, taxas de cartório, registro, entre outros. Tudo isso requer uma avaliação criteriosa”, explica Vilain.

Ainda segundo o especialista, antes de fechar negócio, o comprador deve entrar em contato com a cooperativa ou instituição financeira de sua confiança para realizar simulações e prazos. “Também não pode esquecer de verificar se o imóvel atende às necessidades da família. Se tem a quantidade de quartos suficiente, localização, proximidade com o trabalho ou escola dos filhos, acesso ao comércio local, trânsito, entre outros fatores. Essas são questões importantes para garantir mais conforto e fazer uma compra assertiva”.

Sonho realizado
Ter a casa própria era o sonho do casal Robson e Manuela Pinheiro. “Nos casamos em 2019, mas ainda continuamos morando com nossos pais, porque ainda não tínhamos condições de adquirir um imóvel. Passamos um bom tempo poupando dinheiro para realizar esse sonho. No dia que fomos assinar o contrato e pegar as chaves, tivemos um misto de sentimentos. Choramos de emoção, pois é uma felicidade imensa”, relembra Manuela.

Robson conta que deram uma entrada e fizeram o financiamento do valor restante. “Foi melhor assim para que as parcelas ficassem menores e de acordo com o nosso orçamento. As despesas com cartório e taxas ficaram bem caras. O apartamento é no local e do jeitinho que queríamos. O espaço é ótimo e ainda tem uma área grande para nossa futura cachorrinha brincar. É uma felicidade olhar para trás e saber que tudo valeu a pena. Hoje temos o nosso cantinho”, finaliza.