Mesmo em época de isolamento social, existem temas que não saem de pauta, como os entendimentos políticos. Desta vez, o assunto dominante é o embate, ainda que silencioso, entre o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Porém, no início do segundo trimestre, outro assunto entrará em pauta. Trata-se das conversações para saber quais serão os candidatos com chances reais de disputarem uma vaga para o posto no Senado. Só para lembrar, em 2022, há uma única cadeira disponível: a deixada pelo atual senador Antonio Anastasia (PSD). Aliás, ele já ostenta aos quatro ventos não ser mais candidato a nenhum cargo eletivo.
Com potencial
Quem milita no âmago da política mineira já sabe do projeto comandado pelo atual presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) Julvan Lacerda. Segundo um levantamento informal, ele teria, se o pleito fosse hoje, a chancela de cerca de 400 prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e outras lideranças municipalistas para ser um dos nomes a disputar a eleição ao Senado no ano que vem.
Julvan, em diversas ocasiões, deixou claro que não vai se afastar da vida pública por considerar que sua atuação como líder dos representantes dos municípios precisa continuar. A propósito, semana passada, ele foi reeleito vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) pelo período de mais 2 anos. Delegado de policia licenciado, Julvan comandou o município de Moema em dois mandatos. Filiado ao MDB, o pré-candidato ao Senado é cortejado pelos dois grupos políticos liderados por Zema e Kalil.
Outra força política com possibilidade de participar dessa peleja é o atual vice-governador, Paulo Brant. Homem de sucesso na vida particular, ele está sem filiação partidária desde o início do ano passado, mas, mesmo assim, tem trabalho nos bastidores para ajudar o governo mineiro a debelar a sua dificuldade de atender às demandas, inclusive do ponto de vista financeiro.
Por manter bons relacionamentos junto ao mundo dos negócios, Brant tem sido um dos elos entre Minas e outros rincões na atração de investimentos para o estado. Claro que existem intrigas internas querendo o afastar do grupo do governador, embora ele nunca tenha deixado de nutrir a confiança política e pessoal de Zema.
Ainda que tenha se afastado dos holofotes, o ex-prefeito Marcio Lacerda tem confidenciado a amigos a pretensão de voltar à cena política.
No último pleito majoritário, ele era bem avaliado, segundo as pesquisas da época, para disputar o governo de Minas. Porém, no dia da convenção do PSB, foi derrotado e, com isso, ficou fora da eleição de 2018.
Mas, agora e, de acordo com amigos, caso enfrente as urnas novamente, Lacerda considera se embrenhar no projeto de eleição ao Senado. Contudo, segundo essas fontes, ele ao lado do prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), poderia também ser uma das opções para a denominada terceira via para disputar o Palácio Tiradentes diante da polarização existente entre as duas atuais lideranças, representadas por Zema e Kalil.