A popularidade dos prefeitos é enorme nas maiores cidades de Minas Gerais, inclusive, em vários municípios onde o pleito acontecerá em dois turnos. Entre as figuras mais conhecidas estão Alexandre Kalil (PSD), de Belo Horizonte; Humberto Souto (PPS), de Montes Claros; Odelmo Leão (PP), de Uberlândia, e Vittorio Medioli (PSD), de Betim, assim sucessivamente.
Mas em época de situação difícil de administrar, entre outros motivos, também por conta da crise sanitária, alguns nomes de proa resolveram jogar a toalha, como foi o caso de Antônio Almas (PSDB). No comando da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) há cerca 2 anos, o chefe do Executivo da Manchester Mineira argumentou ao anunciar a sua decisão. “A briga nos bastidores no início de campanha estava em muito baixo nível”. Ele, como uma pessoa simples, já se dava por satisfeito em ter assumido a gestão da PJF. Ou seja, abria mão de ser conivente com as infâmias e futricas que já eram visíveis lá pelo mês de julho, quando oficializou seu ato de afastamento da peleja.
Ao assumir a Prefeitura de Contagem, o atual prefeito Alex de Freitas se viu obrigado a colocar em evidência a cobrança de IPTU para todos os moradores, coisa que nunca havia acontecido. Esta realidade fez despencar a popularidade do chefe do Executivo, situação que perdurou durante todo seu mandato. No início de 2020 e após fazer mais uma reflexão em relação à sua baixa avaliação, Alex decidiu não participar do pleito e anunciou. “Estou me desfiliando de partidos políticos e comunico aos companheiros que não serei candidato à reeleição”. Sendo assim, caso o processo de votação fosse hoje, quem ocuparia seu lugar seria a ex-prefeita e deputada estadual Marília Campos (PT), embora existam mais 15 candidaturas no município, havendo consequentemente a possibilidade de alterações neste cenário.
Situação em Montes Claros é dúbia
Nos últimos dois anos, a avaliação do prefeito de Montes Claros, Humberto Souto, sempre esteve na faixa dos 70%. Essa sua preferência junto a população só cresceu neste ano mesmo com a pandemia e tudo mais. Sua popularidade serviu para alguns detalhes peculiares como, p o r exe m p l o, a união dos deputados estaduais em torno de sua candidatura à reeleição. Como foi noticiado pela imprensa, os parlamentares estaduais Arlen Santiago (PTB), Tadeu Martins Leite (MDB), Gil Pereira (PSD) e Carlos Pimenta (PDT) estão, pela primeira vez na história da política local, se agasalhando no mesmo projeto político para a disputa municipal de Montes Claros, a rigor, um dos maiores do estado.
Isolado, seu principal adversário, o ex-prefeito Ruy Muniz (PP), mesmo diante da inferioridade constatada em todas as pesquisas, continua firme na disputa. Astuto, Muniz tomou o cuidado de tentar encaixar membros de sua família na política. Então, caso não seja eleito como se prevê no momento, ele já teria quase certo a possibilidade de emplacar o nome de sua esposa, Raquel Muniz como vereadora pelo Avante. Vale lembrar que Raquel já tentou ser deputada federal, mas perdeu a eleição no pleito passado. Agora, desceu do pedestal com a finalidade de buscar um cargo menor. Este é o projeto da família, segundo comentários no município.
Ainda como representante da família, Vicky Louise (Avante) também está à procura de votos. Caso eleita, a sobrinha de Ruy Muniz seria mais uma tentativa de demarcar terreno na vida pública da cidade. Raquel Muniz é mais conhecida por estar sempre ao lado do marido, enquanto que Vicky não tem a sua fisionomia tão popular junto ao povão da cidade.