A alteração do calendário eleitoral, transferindo o pleito de outubro para novembro, pode trazer mudanças significativas no resultado das eleições em vários municípios. Em Belo Horizonte, o atual prefeito Alexandre Kalil (PSD) estava com toda a estrutura montada para garantir a sua reeleição ainda no primeiro turno. No entanto, no meio do caminho surgiu a pandemia do coronavírus, um ingrediente capaz de complicar o seu projeto político a partir de um desgaste em relação a membros que representam a opinião pública.
Nos meandros da crônica política circulam informações de que a popularidade do chefe do Executivo de BH já não é a mesma quando comparada a janeiro de 2020, quando ela gozava de 70% de apoio da população. Diante desse panorama, os adversários de Kalil propalam nos bastidores que seria “complicado ele ser reeleito no primeiro turno”, ironizam.
Grande BH
Nas cidades mais influentes da região metropolitana, a cena política começa a ganhar corpo. Em Nova Lima, o prefeito Vitor Penido (DEM) tentou, no final do ano passado, saber se poderia disputar mais um pleito. Contudo, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) negou essa possibilidade. Deste modo, Penido, que há décadas é o rei da cidade, teria que se aposentar da vida pública.
Aliás, considerando os ditames da lei, ele também não poder indicar o filho Vitor Filho, o Vitinho, para a peleja. E, a partir desta constatação, foi iniciado um movimento de bastidores que reuniu ex-prefeitos, vereadores e lideranças populares para enfrentar o nome indicado por Penido. Até semana passada, ele ainda não havia anunciado formalmente quem vai apoiar.
Dificilmente a popularidade do prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD), será abalada a ponto de comprometer sua reeleição. No entanto, a ex-prefeita Maria do Carmo Lara (PT) promete ser dura nesta disputa, pois ela acredita existir no município uma grande quantidade de simpatizantes do PT. Outra dificuldade no meio do caminho de Medioli é a possibilidade de uma candidatura de seu atual vice- -prefeito, o médico Vinícius Resende (Rede). Tema que, aliás, ainda é latente apenas nos bastidores locais.
Relativamente ao município de Vespasiano, segundo informações disponíveis nos meandros políticos, o ex-prefeito e ex-deputado Carlos Murta (MDB) decidiu aceitar o desafio de ser candidato à prefeitura mais uma vez. O curioso é que a atual prefeita Ilce Rocha (PSDB) que, no passado, já foi vice de Murta nunca acreditou nesta probabilidade. Mas, agora, é fato consumado. Vale dizer que padrinho e afilhada estarão em lados opostos em 2020.
Nos corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o assunto relativo à sucessão em Lagoa Santa tem chamado atenção. O município é dirigido, pela segunda vez, por Rogério Avelar (Cidadania) que, de acordo com as avaliações deste início de ano, gozava de uma popularidade consistente. No entanto, e depois de muito tempo distante da cena local, o ex-prefeito Genesco Aparecido Filho (MDB) decidiu bater de frente com Avelar. Assim, a briga política promete ser agitada.
Embora Contagem seja o terceiro colégio eleitoral de Minas, o assunto política não está muito em pauta. E por uma razão muito simples: o prefeito Alex de Freitas, desde março, anunciou que vai buscar a reeleição. Os seus amigos dizem que sua pretensão seria tentar ser deputado federal, em 2022. No município, por enquanto, o nome mais popular continua sendo da ex-prefeita e atual deputada Marília Campos (PT). Mas existe um porém: diante do adiamento do pleito, a atual posição de notoriedade dos pré-candidatos de hoje, pode não ser a mesma em novembro, mês das eleições.