Lamentavelmente, o futebol e o esporte em geral, principalmente na Ásia e Europa, começam a sofrer interferências radicais nos calendários por causa da pandemia do coronavírus. O crescimento de casos no mundo e no Brasil também atingiu drasticamente a agenda esportiva nacional. No dia 15, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a suspensão de todas as competições que realiza no futebol masculino e feminino.
O coronavírus entrou em campo com efeitos devastadores em toda a sociedade e o futebol não é exceção. É como fechar a torneira das receitas e não será fácil para a maioria dos clubes encontrarem soluções para sobreviverem ao colapso financeiro, caso essas paralisações perdurem por muito tempo. Tornou-se inevitável a paralisação dos campeonatos face aos últimos acontecimentos. Deixou de ser prioridade o noticiário esportivo, as novas contratações de jogadores, demissões de técnicos no Brasil e até a prisão de Ronaldinho Gaúcho no Paraguai. O coronavírus passou a ser o tema principal a todos os setores da sociedade.
Ainda não é possível quantificar, de forma rigorosa, os efeitos do cancelamento das competições no Brasil e no mundo, mas já se avançam estimativas preocupantes do ponto de vista financeiro para os clubes e entidades esportistas.
De uma hora para outra os clubes já começam a sentir os efeitos danosos do ponto de vista de arrecadação. Isto porque sem a realização dos jogos, o clube perde com bilheteria. Sem falar do prejuízo técnico, principalmente daquelas equipes que estavam vivendo bom momento nas competições que disputavam e se veem obrigadas a interromper uma sequência importante de bons resultados.
Nos últimos dias também surgiram dúvidas sobre o futuro dos Jogos Olímpicos de Tóquio previstos para ocorrer entre 24 de julho a 9 de agosto em uma região de alto risco, e onde vários eventos esportivos foram cancelados nas últimas semanas.
As 10 federações da Confederação Sul-Americana de Futebol já pediram à Fifa que adie o início das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo do Qatar 2022 devido à pandemia. As eliminatórias devem começar no dia 26 de março, e as seleções sul-americanas correm o risco de não poder contar com jogadores convocados que estão na Europa, em razão de que alguns atuam em países com alto índice de contágio, que ficariam submetidos à quarentena, impossibilitados de representar suas seleções nacionais.
Em verdade, muito se lamenta pela ausência do futebol e de outros esportes no Brasil e no mundo, mas, com toda certeza, a atitude é correta por parte das autoridades. Está em jogo, muito mais do que os resultados e questões financeiras. A meu juízo deve prevalecer a prudência, a prevenção e a preservação da saúde pública dos torcedores, das comissões técnicas, imprensa, atletas, enfim, de toda nossa sociedade.