Desde o dia 25 de fevereiro, quando o primeiro caso de coronavírus (Covid-19) foi confirmado no país, os brasileiros estão em uma corrida para tentar se proteger dessa nova patologia que assusta o mundo. Uma prova disso é que de acordo com o Farmácias App, aplicativo de vendas on-line de produtos de saúde e beleza, as vendas de máscaras e álcool em gel tiveram uma alta exponencial em janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Para se ter uma ideia, registrou-se um aumento de 117% no volume de vendas de máscaras de proteção e analisando o faturamento, a alta foi de 113% em relação a janeiro de 2019. Já os antissépticos para as mãos (classe de produtos que inclui o álcool em gel), a elevação foi de 53% e a receita se manteve estável no período. Mas será que é necessária toda essa proteção contra o coronavírus, sendo que temos, atualmente, apenas 13 casos confirmados de pessoas que vieram da Itália, local onde há um surto da patologia?
Para o infectologista Estevão Urbano ainda não é necessário pânico, pois essa doença possui uma baixa taxa de letalidade. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde, apenas 3,5% das pessoas que tiveram a doença morrem na China e, fora do território chinês, a taxa foi de 1,5%.
“Os sintomas mais comuns são semelhantes ao de um resfriado simples, como tosse e febre. Já nos mais complexos e que necessitam de internação, o paciente pode apresentar sinais parecidos ao de uma pneumonia, como dificuldade para respirar, pois o mal causa uma infecção do trato respiratório”, diz Urbano.
O médico acredita que o número de infectados no país deve aumentar. “Desde que o vírus se espalhou fora da China, sabíamos que seria impossível conter a chegada dele aqui. Vivemos em um mundo globalizado e que, para evitar isso, teríamos que fechar as fronteiras, ato que é impensável atualmente”.
Como o vírus pode ser transmitido por meio de gotículas de saliva; espirro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; ou por meio de objetos e superfícies contaminadas, Urbano diz que a prevenção pode ser feita com pequenas atitudes. “Recomendo lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; não ter contato próximo com pessoas doentes; cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo; e evitar locais onde há aglomeração de pessoas”.
Além disso, caso você sinta algum sintoma ou tenha viajado à China ou Itália nos últimos 14 dias e ficou doente com febre, tosse ou dificuldade de respirar, é importante procurar atendimento médico imediatamente, informar o histórico de viagem recente e seus sintomas. “Há uma força-tarefa sendo montada pelo Ministério da Saúde que ajudará em tudo que for preciso, afinal, é de suma importância o diagnóstico para evitar a possível transmissão”, finaliza.