Enquanto 2019 foi um ano em que todos esperaram a melhora da economia, em 2020 será o momento em que, enfim, veremos a retomada acontecer. Prova disso é a previsão de crescimento de 2,40% do Produto Interno Bruto (PIB) apontada pelo Ministério da Economia. Dados colhidos pelo Deloitte Brasil revelaram ainda que 71% dos empresários acreditam que este ano será positivo para os negócios, 23% deles não esperam mudanças relevantes e 5% aguardam um ano negativo.
Os dados foram analisados tendo como base entrevistas feitas em 1.377 empresas que, juntas, faturaram o equivalente à metade da riqueza gerada no país, totalizando R$ 3,5 trilhões em receita no último ano. A pesquisa mostrou ainda que 41% dos empresários vão aguardar um avanço na economia para participar de licitações e privatizações e 8% almejam abrir novas unidades de produção, independentemente do cenário econômico. Caso a economia melhore, 59% dos empreendedores pretendem contratar novos funcionários.
A hair stylist Helen Castro é uma das que deseja contratar novos profissionais para o seu salão. Após um 2019 de muito planejamento, ela conta que, em 2020, será o ano da colheita. “Ano passado não foi fácil. Contudo, mudei muitas ações de marketing da minha marca, reestruturei partes do meu negócio e comecei a ver o resultado no segundo semestre, o que me deixa ainda mais positiva e certa de que vou colher os frutos agora”.
Ela observou que, no ano passado, conseguiu expandir sua marca. “Deixei meu nome mais conhecido no mercado e, consequentemente, aumentei meu número de clientes. Por causa disso, precisei admitir novos profissionais e, agora, terei que contratar novamente por causa da demanda”.
O economista-chefe da Deloitte, Giovanni Cordeiro, explica que a expectativa para a tomada de decisão das empresas, além do posicionamento estratégico, leva em conta a avaliação do passado recente e de como ele pode influenciar o futuro. “Tivemos, de um lado, resultados de crescimento para alguns setores nos últimos meses no Brasil. Do outro, houve a aprovação da reforma da Previdência. O governo federal deixou claro que, antes de iniciar ações de estímulo econômico, era fundamental a aprovação prévia da reforma devido à necessidade urgente de ajuste fiscal das contas públicas”.
Com a reforma aprovada, o governo deve seguir com a política apresentada de privatizações, licitações, concessões, desburocratização para fazer negócios e a reforma Tributária demandas que, na opinião do especialista, são dos empresários. “Eles acreditam que elas poderão ser endereçadas a partir deste ano. Todos esses fatores reforçam a expectativa de um cenário mais positivo para 2020”.
Essas questões podem proporcionar um ambiente de crescimento dos negócios e da geração de empregos, pontos que são de grande preocupação para os empresários. “Há uma expectativa positiva que leva algumas empresas a buscarem uma antecipação de posicionamento em relação a isso. Os empresários sabem que, no momento, o estímulo ao consumo e o crescimento da renda são fundamentais para garantir um desenvolvimento sustentável da economia brasileira”.