Tudo indica que, por enquanto, o ambiente na Assembleia em relação ao governador Romeu Zema (Novo) é tranquilo. De acordo com deputados, o projeto que prevê empréstimo ao governo de cerca de R$ 5 bilhões, advindos da antecipação dos recebíveis da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), deve ser aprovado. Sobre o assunto, o deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), primeiro vice-presidente da Casa, vaticina: “A primeira arrancada já foi dada”.
Diante da declaração do parlamentar, entende-se que o Palácio da Liberdade pode contar com a aprovação. No entanto, no que diz respeito aos demais projetos relacionados à Recuperação Fiscal ainda é necessário cautela. “Quanto a esses itens, o governo vai precisar de uma estratégia de convencimento por meio de uma comunicação eficiente”, comenta o deputado Arantes.
No geral, as questões que envolvem à Recuperação Fiscal são uma espécie de fantasmas pelos corredores da Assembleia. Durante meses, esse foi o assunto das conversas de bastidores da Casa. Entretanto, somente agora, no fim do ano, o governo enviou uma pequena parte da propalada reforma, mais precisamente, dois projetos envolvendo à Codemig.
Apoio de Patrus
Como não poderia deixar de ser, qualquer tipo de mudança gera desconforto nas pessoas. Nesse caso, os primeiros a serem afetados serão os milhares de funcionários públicos, mesmo porque, para conseguir a adesão de recuperação em Brasília, o estado está obrigado a tomar medidas amargas.
A proposta espinhosa levou Zema a uma série de reuniões com o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV). Consta ser de Patrus a sugestão de não encaminhar todo o material da reforma de uma única vez, pois, o ideal seria, antes disso, costurar um alinhamento junto aos deputados de diferentes partidos e suas bancadas.
Concomitante ao diálogo com Zema, Patrus tem trabalhado o ano todo com agenda própria e bem diversificada. Em uma de suas declarações, ainda no primeiro semestre, por exemplo, apoiou o movimento da Casa no sentido de estabelecer novas alternativas visando minimizar a crise financeira do estado. No caso, exigindo os repasses do governo federal por conta dos impostos advindos da denominada Lei Kandir.
Em síntese, mesmo com agenda com o governador, Patrus não se distancia das tarefas relacionadas ao seu cargo. Afinal, partiu de sua legislatura na presidência a inovação de uma estratégia que visa saber, detalhadamente, dos acontecimentos no âmbito do governo estadual. Trata-se do Assembleia Fiscaliza, que exige que autoridades estaduais, como secretários e dirigentes de entidades públicas, sejam obrigadas a comparecerem ao Plenário da Assembleia, sempre que convocados, para detalhar como estão administrando a máquina estatal mineira.