Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilado pelo AE-Taxas, revela que, em estados que são grandes produtores do biocombustível, os preços médios do etanol continuam vantajosos frente os da gasolina. Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Paraná mantiveram o preço do etanol dentro do limite de 70% do preço da gasolina nos postos para ser considerado vantajoso.
Em Minas, o etanol hidratado é vendido, em média, a 62,48% do valor da gasolina. Mato Grosso é o estado em que a opção é a mais vantajosa, com média de 60,61%. Em Goiás, o índice é de 64,74%; em São Paulo, 64,67%; e no Paraná de 69,37%. Na média dos postos pesquisados no país, a paridade é de 66,22%. A realidade não é a mesma em todo o país, segundo a pesquisa, apesar dos preços médios do etanol terem recuados em 18 estados, houve alta em outros sete e no Distrito Federal. No Amapá, não foi feita avaliação.
Nem mesmo o valor médio da gasolina vendido nos postos recuando em 15 estados brasileiros foi uma ameaça ao reinado do etanol nas bombas. Ainda de acordo com a ANP, em Minas Gerais, o preço médio da gasolina recuou 0,20%, de R$ 4,561 para R$ 4,552 o litro. Na média nacional, o preço médio caiu 0,12%, de R$ 4,303 para R$ 4,298. Já o preço mínimo do etanol praticado em postos mineiros foi de R$ 2,399 e, o máximo, R$ 3,499. O valor médio foi de R$ 2,844.
Uma das razões apontadas por manter o preço do etanol competitivo é a produção de cana-de-açúcar mineira já que, desde maio, estamos no período de safra da commodity. Para Feliciano Abreu, coordenador do Mercado Mineiro, site que pesquisa e compara preços no estado, o etanol apresenta algumas vantagens sobre a gasolina. “Tende a ser vantajoso durante muito tempo ainda. O preço da gasolina é reflexo da especulação externa e do dólar, por outro lado, o mercado de etanol tem crescido bastante e o consumidor tem optado por esse combustível”, explica.
Outro benefício apontado é o fator ambiental, já que o etanol é uma alternativa mais limpa e renovável quando comparada com a gasolina. “Além de colaborar com o meio ambiente, tem caído no gosto e virado um hábito abastecer com esse combustível, o que faz difícil ser trocado, a não ser que o preço volte ao patamar de 72% a 75% de paridade com a gasolina”, diz Abreu.
É válido ressaltar que, com o início da entressafra, período iniciado em dezembro e que provoca redução nos estoques do álcool, os preços devem subir. “A tendência do valor do etanol é aumentar. Estamos no período de entressafra, portanto, é esperado que aumente até o fim de 2019, já que a nova colheita começa no início do ano. Mas, sabemos que a produção tem aumentado, então, é possível que haja uma quantidade de combustível que satisfaça o mercado interno. O Brasil também deve importar mais e isso ajuda a manter os níveis adequados para o consumo da população”.
A dica do coordenador de pesquisas é de que, mesmo com os preços atrativos, o motorista esteja atento. “O consumidor precisa sempre estar atento se o posto é adequado, se está em boas condições e verificar os indicadores de qualidade do etanol que ficam ao lado da bomba. Além disso, sempre pedir a nota fiscal”, aconselha.