O prefeito Alexandre Kalil (PSD) segue com a popularidade firme nos palanques e nos bastidores. De maneira discreta, ele se articula com objetivo de criar um grupo robusto já com vistas à sucessão do próximo ano, reproduzindo um cenário diferente de quando disputou o pleito pela primeira vez. Isso porque embora tenha sido eleito prefeito da capital por ser um representante do setor empresarial, agora, ocupa uma posição de articulador político. E esse novo papel será devidamente testado quando as eleições municipais de 2020 chegarem.
Apoio dos partidos políticos
Durante todo o mês, em várias oportunidades, a grande imprensa citou nomes de uma extensa lista de pessoas com possibilidade de figurar como vice de Kalil. O primeiro é o do ex-presidente da Assembleia Adalclever Lopes (MDB). Se, efetivamente, Lopes tem chances de emplacar no posto não é possível mensurar nesse momento, porém, ele tem realizado um intenso trabalho visando deixar o MDB para formar uma aliança em BH com o atual prefeito. Concomitante a isso, Kalil já está conversando com outros partidos e preparando o terreno para o pleito do próximo ano. O diálogo estaria bem adiantado com o Progressistas (PP), presidido em Minas pelo deputado federal Marcelo Aro.
O prefeito, que comanda o PSD de Minas Gerais, também tem trocado um dedo de prosa com representantes do Partido Verde, por meio do presidente da Assembleia Agostinho Patrus, com o PDT, via o subsecretário do partido Bruno Miranda e com o PRB, cujos contatos ainda não foram conclusivos, mas estariam bem adiantados, segundo fontes. Essa é a formação do grupo político de Kalil.
Do outro lado, existe o grupo do senador Rodrigo Pacheco. Filiado ao Democratas, ele, juntamente com outros mineiros, a exemplo do senador Antonio Anastasia (PSDB), caminha a passos lentos em outra vertente na busca pela conquista da PBH em 2020. O nome cogitado para essa possível aliança é o do deputado estadual João Vítor Xavier (Cida). Ex-vereador, o parlamentar em seu terceiro mandato deixou o PSDB por entender que, se permanecesse no ninho tucano, suas chances no próximo pleito seriam mínimas.
Sobre Xavier, circulam alguns comentários. Politicamente estaria bem posicionado mas, até o momento, seus amigos não sabem de onde achar energia para montar uma estrutura capaz de enfrentar um gigante como Kalil.
Fora do embate
Se as eleições municipais fossem realizadas neste mês, o Palácio da Liberdade não teria a mínima intenção de participar do pleito de Belo Horizonte. Mas, como elas ocorrerem no final do próximo ano, pode ser que, até lá, o governador Romeu Zema (Novo) se envolva nas discussões.
O assunto é delicado para os governistas estaduais. A sigla do chefe do Executivo, o Novo, tem uma linha política bem diferente dos partidos tradicionais. Isso pode levar representantes do partido a adentrarem na disputa mesmo que seja apenas para demarcar terreno, fazendo cumprir a orientação do presidente da sigla, João Amoêdo. Para essa demanda, não existem nomes definidos, apesar do vereador Mateus Simões ser mencionado, mesmo que sem muita convicção.
Para os matemáticos da política mineira, Simões ou outro nome do Novo teriam mais chances de vitória, caso pudesse contar com apoio explícito de Zema. Do contrário, a empreitada poder se reduzir a um fiasco.
Enquanto isso, o atual vice-prefeito Paulo Lamac, filiado à Rede Sustentabilidade, começa a esboçar um caminho rumo à criação de um bloco de esquerda. Não será uma tarefa fácil. O Partido dos Trabalhadores, no momento, não tem uma forte liderança para ajudar a construir essa aglutinação. Nos bastidores, o nome da deputada Beatriz Cerqueira circula como uma possível candidata a enfrentar a peleja.