As vendas nacionais pela web renderam R$ 2,6 bilhões na Black Friday 2018, segundo a Ebit|Nielsen. O índice representa uma alta de 23% em relação ao ano passado, sendo que o número de pedidos cresceu 13% e o tíquete médio aumentou 8%, indo para R$ 608. A quantidade de consumidores únicos (que fez ao menos uma compra online) cresceu 9% em relação ao ano anterior, para 2,41 milhões.
O resultado superou a expectativa da instituição que previa uma alta de 15% no faturamento. “Isso acontece porque a Black Friday começou mais forte na quinta-feira (22 de novembro). Nós contamos os dois dias nas estatísticas justamente por isso. Outro destaque foi à noite da sexta. O consumidor saiu do trabalho e foi comprar online, o que não aconteceu nos outros anos”, informa a líder comercial da Ebit/Nielsen Ana Szasz.
A mudança no comportamento do consumidor também foi a chave para o sucesso. “Apuramos que muitas pessoas se prepararam para a Black Friday. Alguns tinham listas de produtos que queriam adquirir com os descontos e começaram a acompanhar o preço desde outubro”, diz Ana.
Foi o que fez a engenheira Paula Souza. “Comecei a monitorar os valores antes e estava focada nos produtos de cabelo e pele. Por volta das 18h, da sexta-feira, acessei alguns sites, busquei os melhores preços e comprei tudo com descontos significativos”.
O administrador Ricardo Maila explica que a Black Friday já entrou para o calendário comercial do país. “Hoje, muitos são adeptos às compras online devido a facilidade e comodidade. É um momento interessante e tem ganhado espaço entre os lojistas que estão buscando formas de trabalhar e garantir bons descontos sem deixarem de lucrar”.
Ele acrescenta que o grande público já entendeu o que é a Black Friday e que isso é um fator importante para o alto faturamento. “Fora isso, a economia está se reaquecendo e dando mais confiança para que as pessoas consumam”.
Pós-Black Friday
O final de semana posterior à sexta-feira seguiu em alta. No sábado e domingo, as vendas chegaram a R$ 950 milhões. O número indica um crescimento de 30,4% a mais do que 2017. O número de pedidos foi de 1,874 milhão, alta de 18,8%. O tíquete médio foi de R$ 507, crescimento de 9,8%.
O período se encerra com a Cyber Monday, realizada na segunda-feira e que apresentou lucro de R$ 372 milhões e alta de 20,7%. O número de pedidos cresceu 4%, para 752 mil. O tíquete médio foi de R$ 494, elevação de 15,7%.
Para o planning specialist for new business na agência GhFly, Sergio Hneda, este é o momento para os lojistas focarem em continuar com as vendas em alta. “A ideia é trabalhar esses usuários, fazendo ações para conversar com esse público a fim de vender mais também no Natal, Ano Novo e fidelizar esse cliente”.
Em Minas
O Estado também só tem motivos para comemorar: de acordo com dados da ClearSale, Minas lucrou mais de R$ 248 milhões só na sexta-feira (23 de novembro). Se somado o valor exato para a Black Friday + Final de Semana + Cyber Monday foram injetados R$ 414 milhões.
2019
Hneda explica que já é a hora de pensar no ano que vem. “O principal ponto para se ter uma Black Friday de sucesso é entender a necessidade de se fazer um planejamento”.
Ele informa ainda que dados de navegação na internet revelam o interesse do consumidor e podem ajudar nas estratégias de marketing das lojas virtuais. Além disso, o planning specialist acrescenta que hoje as pessoas deixaram de achar que a Black Friday é Black Fraude. “Elas estão mais atentas ao que, de fato, é um bom desconto”.