Atualmente, as pessoas estão deixando os tabus de lado para aumentar o prazer de seus parceiros. Mas, nessa relação não é apenas o amado que sai ganhando, os comerciantes de produtos eróticos também ficam felizes. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), esse segmento faturou R$ 1 bilhão em 2017 e Minas Gerais é o terceiro estado que mais consome esses tipos de produtos (11%), ficando atrás apenas de São Paulo (33%) e Rio de Janeiro (16%).
O presidente da Abeme, Edvaldo Bertipaglia, afirma que o crescimento nas vendas se deve ao lançamento de produtos voltados para o público feminino, a transformação pela qual a sociedade passou em relação a sexualidade e a busca do prazer. “O debate sobre o empoderamento sexual e o prazer feminino ajudaram a implementar os negócios do setor. Além disso, fenômenos de massa como novelas, filmes e revistas com informações sobre o universo sexual foram fundamentais para o mercado erótico no Brasil”.
As mulheres são as que mais consomem produtos eróticos, representando 70% das compras e, de acordo com a pesquisa, elas são influenciadas pelas redes sociais aproveitando lançamentos e promoções no Instagram, Facebook e grupos de WhatsApp.
Bertipaglia acredita que isso tem a ver com artigos para o prazer feminino, tais como vibradores clitoriais, acessórios de pompoar e cosmética sensual. “Outros fatores são a cultura da mulher brasileira de cuidadora do relacionamento e as lojas que se adequaram a este público, já que elas são formadoras de opinião e influenciam as amigas a comprarem ou não”.
Ainda de acordo com os dados, os consumidores gastaram em suas compras em média R$ 210 e diversificaram muito suas escolhas, sempre buscando montar um cenário completo, que vai desde lingerie até géis e vibradores para uma noite pra lá de especial.
As expectativas estão ainda maiores no que diz respeito ao faturamento deste ano. “É interessante observarmos que aproximadamente 80% da população nunca adquiriu um item erótico nas sexshops e isso significa que temos muito ainda para avançar em consumo no país. Nossa estimativa é de um crescimento real próximo de 5%”.
Mudança de vida
Adriana Ramos começou a trabalhar com lingerie para substituir a sua antiga atividade de confeitaria. Ela conta que teve que largar os doces porque estava com dores na coluna e aproveitou que conhecia várias clientes mulheres e como já estava inserida no mercado de noivas, enxergou nas peças íntimas uma oportunidade. “Continuo ganhando a mesma quantidade de quando fazia confeitaria. Hoje, o meu trabalho é agradável e me dá muita satisfação, pois converso com mulheres e, como não sei fazer nada pela metade, pesquiso bastante e tento mexer com a autoestima”.
A vendedora diz que, diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, esse é um mercado exigente e possui diversas vertentes. “Para entrar nesse segmento, estudei a história da lingerie, desde a sua origem até os tempos atuais, e notei que ela não é apenas uma peça de roupa, mas uma forma de se sentir mais bonita e feminina. Ademais, a lingerie, atualmente, deixou de ser algo que fica escondido e é considerada como um componente do vestuário”.