Ano após ano, o agronegócio continua sendo uma atividade extremamente lucrativa para os mineiros. Segundo dados compilados pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), no ano passado, o segmento arrecadou R$ 192,39 bilhões, ou seja, 33,54% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Além disso, em 10 anos, a receita dessa atividade cresceu 51,91%.
O levantamento mostrou também que o café e a produção de leite continuam sendo as principais atividades, sendo que Minas é o primeiro produtor do país de ambas as matérias-primas: foram colhidas 24.445,3 sacas e 8.970.779 litros de leite foram gerados.
A coordenadora da assessoria técnica da Faemg Aline Veloso afirma que a nossa própria história fez com que o estado fosse destaque nesses dois produtos. “O clima potencializou a produção em diversas regiões de Minas, mas há também todo um trabalho de inteligência dos produtores para que o leite e o café sejam destaques tanto em termos de produção como também em qualidade”.
Outro ponto frisado por Aline é que o agronegócio não é apenas aquela atividade “dentro da porteira”, mas sim cadeias produtivas complexas e importantes para o estado. “Temos aqui um agronegócio diverso e que envolve várias ações, desde antes da plantação até depois da colheita, com a distribuição e a chegada do produto às mesas dos consumidores”.
E os produtores estão agregando mais valores aos seus itens. “O agronegócio em Minas é dinâmico. Por conta das nossas tradições e características geográficas, conseguimos ser destaques em outros produtos como é o caso do queijo e, agora, há uma aposta em plantas não convencionais, por exemplo ora-pro-nóbis, peixinho, etc. O retorno dos investimentos se deve, principalmente, há uma demanda existente e que, devido às nossas características e cultura, conseguimos produzir de maneira que nenhum outro lugar consegue”.
Expectativa para 2018
Ainda não há dados consolidados sobre a produção agrícola deste ano, mas segundo informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) há um aumento de área e produção da cafeicultura.
Já para o leite que, desde o ano passado, sofre com queda de preço, há expectativa de melhora. “Estamos fazendo um Conseleite – um conselho formado por produtores desse segmento – com o intuito de juntá-los para melhorar essa situação”, informa Aline.
Em relação à produção de grãos, nesta semana (1º de outubro) começa a semeadura que abre oficialmente a safra 2018/2019. “Mas este ano está sendo um período de grandes desafios, pois o setor está pressionado e sofrendo diversos reflexos dos acontecimentos, como a greve dos caminhoneiros e a alta do dólar que, consequentemente, também eleva o custo da produção”.
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