A partir da segunda quinzena de junho, a sucessão mineira vai registrar novos fatos, visto que até aqui pouco aconteceu no que diz respeito à formação de aliança para engrandecer e sustentar as pré-candidaturas existentes. O que se sabe é que alguns coordenadores políticos já estão utilizando dos meios de comunicação para divulgar apoios ainda não completamente acertados.
Depois da onda positiva em favor do senador Antonio Anastasia (PSDB), a bola da vez é o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele teve uma semana de bons resultados em sua incursão junto aos demais partidos, especialmente, pelo fato de receber formalmente, o “sim” do PDT e do PROS. Paralelamente a isso, Lacerda tem sido procurado por outros grupos organizados, inclusive uma grande ala do MDB mineiro. Na avaliação do deputado Roberto Andrade (PSB), ele está fazendo a coisa certa no sentido de conversar com as siglas partidárias no momento apropriado.
Andrade acrescenta ainda que sua opinião está de acordo com uma observação corrente nos meios políticos que diz que Marcio está jogando pesado para viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado. “Se for necessário sua saída no pleito estadual, para uma composição nacional, ele ficaria ainda mais fortalecido”.
Neste sentido, as informações disponíveis apontam para uma indicação do socialista mineiro como candidato a vice-presidente da chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT). Caso isso seja levado a efeito, seria aberta uma enorme janela no pleito estadual. Um rearranjo teria de ser montado, envolvendo o grupo do ex-prefeito, incluindo uma aproximação do PDT e PSB ao PT em Minas, favorecendo a possível candidatura do atual governador Fernando Pimentel (PT).
No caso desta hipótese, poderia, inclusive, ser aberta uma vaga para o Senado, que seria dividida com o ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (Solidariedade), como candidato à Casa Alta do Congresso Nacional. Com essa nova configuração o empresário Josué Alencar (PR) necessariamente teria que aceitar ser o candidato a vice-governador na chapa petista.
Neste bate-rebate, a situação indefinida continua sendo a do MBD, o maior partido do estado lançou, informalmente, a pré-candidatura do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes à sucessão, mas a tese não agradou todos os membros, especialmente a bancada de deputados estaduais.
Enquanto isso, no Democratas, o parlamentar federal Rodrigo Pacheco permanece firme na pretensão de conquistar o Palácio da Liberdade. Paradoxalmente, ele é um nome com grande potencial, sobretudo junto ao eleitor jovem. No entanto, está sem condições de formar aliança com muitos outros partidos como acontecem, por exemplo, com Anastasia.
O tucano, além do PSDB, já contabilizou vários apoiadores formais. O PPS, em breve, pode ser a única baixa real. Em Brasília, comenta-se que a regional mineira não pode tomar decisão sem antes consultar o diretório nacional, devido a uma realidade: PPS faz parte de o governo Michel Temer (MDB), por meio do ministro da Segurança Nacional, Raul Jungmann. O presidente já defende a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles nas ruas. Então, na reta final das coligações pode ser exigida, nacionalmente, uma aliança entre as duas siglas.