Os brasileiros são conhecidos mundialmente por serem pessoas que estão sempre felizes, entretanto, essa premissa não é verdadeira. Segundo estudo divulgado em março pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN), o Brasil ocupa o 28º lugar na lista, sendo que caiu seis posições em relação ao ano passado.
O país mais feliz do mundo é a Finlândia. Apesar dos invernos rigorosos, os finlandeses destacam como pontos positivos de seu país o acesso à natureza, segurança, cuidado infantil, boas escolas e saúde gratuita.
Um estudo realizado no país pela CVA Solutions com o apoio do TheWill2Grow, chamado Felicidade dos Brasileiros, mostrou que 33% estão insatisfeitos com a vida, 41% estão felizes e 26% estão plenamente felizes. A média da felicidade dos brasileiros é de 7,12, considerando notas de 0 a 10. Essa pesquisa ouviu 5.200 entrevistados em março de 2016.
Benedito Nunes, professor da Fundação Dom Cabral e diretor do Instituto Movimento pela Felicidade, afirma que existe uma grande diferença entre alegria e felicidade. “A alegria é resultado de uma resposta emocional a pequenas fatos do cotidiano, como o sorriso de uma criança, o gol do seu time ou o encontro com uma pessoa querida. Já a felicidade é algo mais duradoura, equilibrada e exige mais de experiências. Podemos afirmar que um conjunto de ‘alegrias’ pode resultar na felicidade, mas o segundo é algo um pouco mais profundo”.
Outra questão levantada pelo professor é sobre o fato das pessoas estarem menos felizes. Ele diz que a sociedade, de um modo geral, constrói relações superficiais e rápidas. “Não nos aprofundamos nos relacionamentos, então temos experiências, relacionamentos e amizades rasas e aceleradas. Isso compromete o estado de felicidade e quando se percebe essa realidade, acontece o que chamamos de abandono social”.
Felicidade no trabalho
Sobre o porquê de não serem felizes, 15% dos brasileiros afirmam terem sido vítimas de violência no último ano. Outro dado que chama a atenção é que aproximadamente 36% dos entrevistados declararam que seus salários são insuficientes para cobrir suas necessidades.
Nunes enfatiza que as empresas deveriam se preocupar com o estado emocional dos seus colaboradores, pois é no trabalho onde as pessoas passam a maior parte das horas do dia e é lá que a tristeza de uma pessoa reflete. “Mesmo que tenha um fato que não agrade em casa ou com um amigo, ela leva isso para o ambiente de trabalho. Mas nem sempre o inverso é verdadeiro, há situações no serviço que nos deixam triste, mas não é comum levarmos isso para fora”.
Ele finaliza dizendo que a medida que as empresas proporcionam felicidade para os colaboradores, eles tornam-se mais produtivos e desempenham melhor suas funções. “Do ponto de vista até financeiro, a empresa investir na felicidade do colaborador é um bom negócio”.
E justamente pensando nisso que várias startups estão investindo cada vez mais no bem estar dos seus colaboradores. A Midhaz é um exemplo disso. Com uma cultura bem definida, na qual cobra-se muito de quem está lá para dar o melhor, a empresa oferece alguns benefícios, como um bom salário, altas bonificações, no code dress e horários flexíveis. “Temos, em média, 20 currículos para uma vaga. Só contratamos quem está alinhado com o nosso perfil, pois somos muito exigentes. Isso pode ser bom para a pessoa, afinal ela aprende muito”, finaliza Henrique Meireles, diretor de marketing da startup.
[box title=”Dados importantes (Fonte ONU):” bg_color=”#eded90″ align=”center”]
•Estresse no trabalho leva mais de 1 milhão de brasileiros a receber auxílio-doença;
• Brasil é segundo país com maior nível de estresse do mundo, mostra pesquisa;
• Transtornos emocionais são a terceira causa de afastamento no trabalho. [/box]