Fechada a denominada janela partidária, prazo para as mudanças de partidos, agora começa a ser implementada a astúcia dos políticos mais experientes com vistas a formação de futuras alianças.
Até agora foi nítida a ação do senador tucano Aécio Neves com objetivo de promover alterações nos comandos dos partidos políticos em Minas. Segundo consta nos bastidores de Brasília, foi ele que acertou a ida de Rodrigo Pacheco para o Democratas, assim como a eleição do deputado Renzo Braz para a presidência do Partido Progressista (PP).
Nesses dois casos, o desgaste político se transformou em realidade. Hoje, o PP, depois da saída de Alberto Pinto Colho, está completamente desidratado. Também não é muito diferente em relação ao Democratas. O deposto presidente Carlos Melles anda soltando fogo pelas narinas, lá pela região Sul do Estado. Ele diz ter sido traído pelos tucanos com quem sempre esteve junto ao longo de uma década.
Partidos importantes
O desenho da semana passada marchava para um desfecho já mais ou menos anunciado sobre à disputa pelo Governo de Minas. De um lado, o grupo liderado pelo governador Fernando Pimentel (PT), a possível candidatura do tucano Antonio Anastasia e a terceira via deverá ser encabeçada pelo ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB).
Dois partidos estão na mira dos pré-candidatos a governador: o PPS que, atualmente, abriga o ex-governador Alberto Pinto Coelho e o Solidariedade, do pré-candidato Dinis Pinheiro. Como explica uma pessoa próxima aos dois, eles são amigos, porém o jogo, a partir de abril, será partidário.
Óbvio que é necessário registrar as lideranças de ambos, o ex-chefe do executivo estadual Alberto Coelho tem uma enorme liderança no interior, com forte presença no âmbito da Assembleia Legislativa. Em sua caminhada rumo ao pleito de 2018, o ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro já visitou quase duas centenas de municípios e nos encontros ocorridos em Belo Horizonte, incluindo a sua filiação no Solidariedade, recentemente, compareceram dezenas de prefeitos e outras lideranças municipais.
Em consequência disso, quem conquistar o apoio dessas duas siglas estaria reunindo mais força para melhorar a musculatura durante a caminhada na busca para conquistar o Palácio da Liberdade.
Com relação ao futuro político de Pacheco, agora novo presidente do Democratas de Minas Gerais, as informações são desencontradas. Há comentários indicando, inclusive, sobre a possibilidade de manutenção de sua candidatura ao governo, como é sua pretensão. Por conta desse fato, o seu amigo, o tucano Anastasia se retiraria da disputa abrindo espaço para entrada de Aécio Neves em uma reeleição, confirmando-se a propalada aliança entre PSDB e Democratas, porém com uma nova configuração.
Mesmo havendo negociação de cúpula, com indicativo de receber apoios importantes para levar adiante a sua candidatura ao Governo do Estado, Anastasia tem receio em ver o seu nome envolvido em mais denúncias relacionadas a Lava Jato. A partir disso, surge a tese de que ele se dá por satisfeito, caso seja convidado para disputar o posto como vice-presidente na chapa do tucano Geraldo Alckmin.