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Síndrome do Pensamento Acelerado atinge mais de 80% da população

Não é novidade que a gente se tornou refém do imediatismo. As pessoas têm estado cada vez mais estressadas, devido à grande correria do dia a dia. O ritmo frenético da modernidade trouxe consequências para a nossa saúde mental. Uma delas é a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), patologia que atinge mais de 80% da população.
Segundo a psicóloga especialista em terapia cognitivo comportamental Ellen Senra, a SPA ainda é pouco conhecida e faz a pessoa estar constantemente insatisfeita. “A síndrome não foi identificada em alguns manuais de transtorno mental. Ela ocorre quando a pessoa possui o pensamento em várias coisas ao mesmo tempo, criando problemas que muitas vezes não existe e desencadeando inúmeros sintomas”.

De acordo com a psicóloga, o corpo pode responder mentalmente, mas também fisicamente quando acometido pela SPA. “O pensamento em exagero pode trazer um cansaço extremo. A insônia também é comum, a pessoa pode até adormecer, mas não chega ao estágio R.E.M do sono, que é quando ela realmente descansa”.

Ela acrescenta que outros sinais também são percebidos. “A pessoa pode ficar irritadiça, ter perda de memória e dificuldade de concentração. Além disso, na maioria das vezes, ela não consegue finalizar uma atividade porque está sempre pensando em várias coisas. Ela não foca em uma só. Fisicamente, a SPA pode trazer dores de cabeça, queda de cabelo, dores musculares e gastrite nervosa”.

A psicoterapeuta especialista em neuropsicologia Fabiana de Laurentis elucida que, devido a todos esses sintomas, a síndrome é confundida com déficit de atenção e hiperatividade. “É importante frisar que estes são quadros neurológicos, enquanto que a SPA é um problema comportamental”.

Ela adiciona que, quando a pessoa perceber que está entrando nesse ciclo, é importante buscar ajuda. “Os sintomas podem chegar a uma proporção que ela sozinha não dá conta. Portanto, o indicado é buscar um auxílio psicológico”.
É o que irá fazer a estagiária em comunicação Beatriz França. Ela conta que leu sobre a síndrome na internet e percebeu que é acometida por muitos sinais. “Penso em tudo e, ao mesmo tempo, em nada. Não dá para organizar o que está na minha mente. Tenho apostado em listas e tentado ao máximo segui-las, mas é um desafio”.

Já a design Daniele Vieira diz que foi diagnosticada com a síndrome há algum tempo. “Sempre fui muito ansiosa, não consigo esperar nada, falo muito rápido e, às vezes, os pensamentos ficam desconexos porque parece que minha fala não acompanha o meu cérebro. Isso começou a me atrapalhar e meus pais me levaram ao psiquiatra e fonoaudiólogo”.

Ela ressalta que a ajuda médica tem sido importante. “Se eu deixo de ir, as dores de cabeça voltam a ser frequentes e eu começo a ficar confusa. Às vezes, estou lendo um livro, mas o celular chama a minha atenção e quando vejo já estou brincando com o meu gato. Não consigo concentrar em uma coisa só”.

Cuide-se!
Fabiana aponta alguns hábitos que devem ser levados em consideração a fim de evitar a síndrome. “O principal é tentar fazer uma atividade por vez para que se consiga focar na execução daquela tarefa e chegar a conclusão da atividade. Em casa, ouça uma música tranquila para relaxar. Ter um animal de estimação também auxilia bastante na tranquilidade”.

A especialista esclarece que é necessário dar atenção especial ao sono. “Largar celulares e aparelhos eletrônicos pelo menos meia hora antes de ir dormir. O corpo precisa entender que chegou a hora do descanso. A qualidade do sono é fundamental para que a pessoa consiga ficar bem no outro dia”.

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