Mesmo com a economia brasileira voltando aos trilhos, o Brasil ainda possui cerca de 13,3 milhões de desempregados. O fim do ano é propício para quem busca recolocação no mercado, uma vez que a maioria das empresas procuram ampliar seu quadro de funcionários para atender as demandas da temporada.
A perspectiva é de que, até dezembro, sejam contratados 374,8 mil temporários na indústria, no comércio e nas empresas prestadoras de serviços. A expectativa é 5,5% maior do que a do mesmo período de 2016, segundo estimativas da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). Se calcularmos o número de oportunidades de emprego pelo número de desempregados, temos aproximadamente 36 candidatos por vaga. Para se destacar em meio a tanta gente, é preciso ter um bom currículo.
De acordo com a coordenadora de RH da Luandre, Carolina Silva, os dados pessoais nunca podem faltar no currículo. “Muita gente esquece de colocar nome e telefone, tornando impossível o contato da empresa. Além disso, detalhes das experiência exercidas é muito importante, como as responsabilidades e atividades executadas no antigo trabalho”.
Ela acrescenta que, dependendo da vaga que procura, o candidato pode, ou não, optar por colocar seu objetivo. “Ele é importante, mas é preciso pensar que se a pessoa colocar que quer ser vendedora, ela nunca será contratada como caixa. Isso privará o candidato de algumas vagas, então, se ele tem um foco, é uma boa, mas, se ele está disposto a trabalhar em qualquer setor, não é necessário”.
A mesma regra se aplica na pretensão salarial. “No atual cenário, não é indicado que se coloque pretensão. Agora, se o último salário foi R$ 3.000 e a vaga é de R$ 2.000, cabe a pessoa saber se é ou não o que ela busca. Se ela não está flexível a negociar esse valor, então é melhor não se candidatar a vaga, ou torcer para que seu currículo faça com que a empresa aumente a oferta. Mas, de um modo geral, deixar a combinar é a melhor opção”.
Uma outra questão, segundo a coordenadora, é colocar no máximo três experiências. “Ela pode optar pelas três últimas, ou por aquelas que mais tem a ver com o seu objetivo. Por exemplo, eu sou coordenadora de RH há 10 anos, antes disso fui assistente de treinamento e essa experiência não é tão interessante para o contratante se comprado ao peso de uma década como coordenadora. Então o candidato precisa ter o senso de saber o que se adéqua melhor aquela vaga”.
Por fim, Carolina acrescenta que mentir no currículo não é uma opção. “Às vezes, a pessoa não tem experiência e nem atividades extracurriculares, então é melhor não colocar nada. Mas mentir para agradar a empresa nunca é uma alternativa. Quando a pessoa está ingressando no mercado de trabalho, colocar atividades voluntárias, pode ser um caminho”.
Hora da entrevista
Se a empresa entrou em contato com você, é importante começar a se preparar antes. “A primeira coisa é anotar todas as informações que a empresa passa na hora do contato: horário, endereço, ponto de referência. No dia da entrevista, o candidato deve optar por uma roupa que condiz com a vaga. Para os homens, barba feita e sem boné. Para as mulheres, unha feita, pouca maquiagem e evitar roupas curtas e decote. A boa apresentação é fundamental para a empresa”.
A especialista acrescenta que, o candidato é avaliado o tempo todo. “A partir do momento que ele pisa na empresa, ele começa a ser observado. Já vivenciei casos em que o candidato tratou o porteiro e a recepcionista super mal, mas foi um lorde com o recrutador. A boa educação é sempre bem-vinda”. Contudo, a coordenadora de RH elucida que não existe uma receita para o sucesso em uma entrevista.
Mas é muito importante que a pessoa esteja aberta ao bate-papo. “Porque se ela se prepara muito antes, chega na entrevista como se estivesse seguindo um script. Ela pode – e deve -, buscar conhecer sobre a empresa, saber da história do lugar. Porém, o essencial é que ela seja honesta e que responda bem às perguntas, sem ser muito direta, mas também não sendo muito prolixa. É uma linha tênue entre os dois”, conclui.