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“Varejo está sinalizando que o pior da crise ficou para trás”

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu de 1,8% para 2,2% a expectativa de vendas do varejo. Elas tiveram alta de 1,1% nos primeiros 7 meses do ano se comparadas ao mesmo período de 2016. Três importantes componentes encontram-se em recuperação após 2 anos de fortes perdas. São eles: vestuário e calçados, com alta de 7,1%; móveis e eletrodomésticos (6,8%); e materiais de construção (5,6%).

O economista da CNC, Fabio Bentes, aponta que a reação positiva do varejo é de suma importância para o atual cenário econômico brasileiro. “Isso sinaliza mês a mês que o pior da crise já ficou para trás. Agora, estamos iniciando um processo de recuperação. As condições de consumo têm melhorado, pois quando a inflação está baixa, os juros caem”.

Ele acrescenta que a recuperação vem de forma lenta. “Ainda é bastante suave, mas significativa. E temos os recursos extraordinários de consumo, como o saque das contas do FGTS e, agora, a oportunidade da retirada do PIS e Pasep. Isso ajuda a empurrar o comércio depois de 2 anos de fortíssimas quedas”.

Para Bentes, o principal aspecto negativo da crise foi o desemprego e isso refletiu no consumo de bens. “A queda no PIB se traduziu, na população, por meio da inflação elevada e juros altos. Tivemos, nos últimos 2 anos, mais de 3 milhões de vagas fechadas – contando apenas as de carteira assinada. Isso cria um problema para o consumidor, uma vez que no Brasil, ao contrário de outros países, a pessoa conta, exclusivamente, com o mercado de trabalho como renda”.

O especialista acrescenta que também é possível perceber uma recuperação de emprego e renda e que isso deixa o empresário otimista. “Com esse fato, o empreendedor, na hora de formular estoques, acaba sendo um pouco mais audacioso porque, para ele, o pior cenário é ter o consumidor na loja e não ter mercadoria para vender. É natural que ele superestime o estoque e depois o desfaça em forma de liquidações”.

De acordo com ele, a expectativa é de mais crescimento. “Estimo que as vendas cresçam cerca de 3%, como no ano passado. Nós já temos setores do varejo registrando recuperação bastante claras como o de vestuário, móveis, eletrodomésticos, materiais de construção. Nossa esperança é que os segmentos de hiper e supermercados também passem a agir positivamente e isso está próximo de acontecer, especialmente, no período de aquecimento das vendas como é o último trimestre do ano”.

Cenário em BH
De acordo com dados do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), de Belo Horizonte, os últimos meses foram estáveis. Em julho, o otimismo dos empresários somava 92,3 pontos, já em agosto, esse número passou para 92,5. Houve, porém, uma alta de 17,7% na comparação do mesmo período de 2016, quando o número era de 78,4.