Home > Destaques > Lacerda promete enfrentar Pimentel para o governo

Lacerda promete enfrentar Pimentel para o governo

Desde fevereiro, o PSB mineiro lançou o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), como pré-candidato a governador do Estado. Tido por muitos como um gestor municipal que tenta comandar a prefeitura como se estivesse em uma empresa privada, ele foi eleito o melhor prefeito do Brasil e, por duas vezes, o prefeito amigo da criança.

A sua atuação em BH o credenciou como um possível candidato a ocupar o Palácio da Liberdade em 2018. E, para conseguir alcançar o esse objetivo, Lacerda está investindo em viagens ao interior do Estado para tornar-se mais conhecido pelo povo mineiro, assim como outro pré-candidato Dinis Pinheiro (PP). Nesse mês de setembro, ele estará na Zona da Mata.

Segundo pesquisas realizadas por sua assessoria, seu nome é conhecido apenas por 20% da população de Minas, o que representa, aproximadamente, os moradores da região metropolitana de Belo Horizonte. “Esse trabalho de estar presente no Estado, difundindo o meu nome e de ter aumentado o número de seguidores nas redes sociais é fundamental para que, no início do ano, estejamos com bons números nas pesquisas eleitorais e boas alianças”.

Questionado sobre quem pretende convidar para compor a sua chapa, Lacerda afirma que ainda não pensou nisso e não quer fazer alianças a qualquer custo. “Vamos nos juntar com pessoas que tenham uma proposta de governo e um conjunto de ideias, visando a retomada do desenvolvimento. Pode ser que alguém pretenda ganhar a eleição com populismo e promessas sem base na realidade. Eu não tenho intenção de fazer isso”.

Além disso, o socialista diz que o seu principal concorrente para o cargo é o atual governador que tenta a reeleição, Fernando Pimentel (PT), “caso ele consiga chegar ano que vem sem nenhuma pendência judicial”.

Críticas ao governo

Lacerda também destacou que a eleição do ano que vem depende de como estará a situação econômica do Brasil e de que maneira isso afetará o Estado. “Minas tem uma situação financeira grave e não tem os mesmos instrumentos que o governo federal possui para remediar. Não se pode mais pegar dinheiro emprestado, não há espaço político para fazer aumento de impostos, também não foi capaz de fazer reajuste na sua estrutura para gerar mais caixa para os gastos essenciais e investimentos e, ao mesmo tempo, não existe um projeto de desenvolvimento econômico”.

De acordo com o ex-prefeito, a falta de um plano para retomar o desenvolvimento gera um série de consequências para o funcionamento do Estado e dos municípios, como o atraso de salários de servidores e o não ressarcimento de investimentos feitos por prefeituras em áreas que são de responsabilidades estaduais. “Estamos assistindo o governo distribuindo ambulâncias, academias ao ar livre e viatura, mas não consegue pagar a gasolina da polícia. Isso é uma situação muito preocupante e não é fácil de se resolver”.

Citação na Lava Jato

Em abril, o socialista entrou na lista de suspeitos de receber vantagens indevidas após a divulgação dos inquéritos e petições abertos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo denúncias, Lacerda teria recebido verbas impróprias para a sua campanha eleitoral a prefeito de Belo Horizonte. De acordo com depoimento de Sérgio Luiz Neves, ex-executivo da Odebrecht, à Operação Lava Jato, a empreiteira “ganhou” um contrato de Parceria Público-Privada (PPP) para construção de Unidades Municipais de Ensino Infantil (Umeis) após doar R$ 2 milhões para a campanha de reeleição de Lacerda, em 2012.

Questionado se ele também não teria receio da Justiça barrar a sua candidatura devido a esse processo, ele responde que há várias contradições no depoimento dos delator. “A citação não possui base nenhuma na realidade e tem muita contradição no depoimento. Existe um documento manuscrito, que foi apreendido na casa do diretor de infraestrutura da Odebrecht, mostrando números diferentes do que falou-se no depoimento. Além disso, o valor que está nesse documento foi o que declaramos para a Justiça eleitoral”. Ele afirma que está bem tranquilo em relação a esse assunto. “Existem provas que mostram que não foi aquilo que o delator falou”.