Este ano será de mudanças nos dois maiores times mineiros, afinal ambos passarão por processos de eleição para escolher o novo comandante. Como foi feito com o Cruzeiro, o Edição do Brasil irá entrevistar os candidatos à presidência do Atlético e, assim como ocorreu com o clube Celeste, entramos em contato com todos os nomes que estão na disputa, no entanto, alguns decidiram não se pronunciar.
Nesta edição, o entrevistado é o atleticano Fabiano Lopes Ferreira. Ele é empresário e diretor-presidente da companhia Multimarcas, além de conselheiro benemérito (vitalício) do Galo.
O senhor realmente será candidato a presidência do Atlético?
Se essa pergunta for feita aos torcedores, a maioria vai responder que quer ser presidente do Galo. Isso porque o atleticano é o mais fanático e vibrante. Eles dão a vida pelo clube e todos garantem que, se ocuparem esse cargo, poderão fazer mais e melhor. Eu também penso assim. Contudo, pela minha experiência, me sinto preparado e com muita vontade de assumir mais esse desafio.
Por que o senhor quer ser presidente?
Para transformar o Atlético no maior clube de futebol do Brasil e montar o melhor time do mundo. Para isso, pretendo dispor de uma boa equipe de gestores e reestruturar a base para que possamos tirar vários craques de lá. Uma equipe da grandeza do Galo tem que ter o melhor, seja em questão dos jogadores quanto o técnico. E o time tem condições de manter tudo isso, pois sua torcida é fanática e dá retorno. Se o clube estiver bem, os atleticanos lotam os estádios e compram os produtos do clube.
O Atlético tem um elenco repleto de estrelas e com uma das maiores folhas salariais do país, porém o time não está conseguindo render dentro de campo. Por que isso está acontecendo?
Nenhum treinador que passou no Atlético conseguiu dar padrão de jogo para a equipe. Faltou um comandante, porque não podemos falar que Robinho ou Fred não sabem jogar bola. Neste momento, o Galo fez uma aposta no Rogério Micale, porém não somos um time para laboratório. O clube possui uma torcida enorme e exigente, então ela não aceita um aprendiz no comando. Precisa-se de um técnico com status que chega e impõe, porque um treinador em início de carreira não vai conseguir peitar os jogadores.
Se o senhor fosse o presidente, quem chamaria para comandar a equipe?
É muito complicado falar nomes, porque o mercado está escasso, mas o atleticano gosta muito do Levir Culpi e do Cuca que hoje estão empregados entretanto, há pouco tempo estavam sem clube.
O Atlético vai conseguir manter esse elenco por muito tempo sem resultado?
Em qualquer profissão é muito difícil manter um profissional que não gera resultado. É claro que substituições devem ser feitas se o objetivo não for alcançado, principalmente, porque o futebol é muito exigente quanto a isso. Se o resultado não acontecer, peças terão que ser substituídas e caso o problema seja o técnico, que se mude ele também.
Como o senhor avalia a gestão de Alexandre Kalil e a do Daniel Nepomuceno?
A gestão do Kalil foi boa. Não se pode negar que ele tem perfil para presidente, pois um comandante de um clube de futebol tem que ser firme nas suas posições. Além disso, o Kalil gerou bons resultados, pois conseguiu trazer para o Atlético grandes valores e títulos inéditos, como a Libertadores. Já o Nepomuceno fez uma gestão mais administrativa, acredito que ele falhou na contratação de técnicos que não conseguiram decolar no Galo.
E qual a sua opinião sobre a dívida do Atlético?
Os principais credores do clube são o Estado e o Ricardo Guimarães. A dívida que mais preocupava era a com o governo, que foi equacionada e o clube já paga uma parte adiantada, porque aquele dinheiro da venda do Bernard foi antecipado para o pagamento do Refis. Guimarães, por ser atleticano, não está fazendo apenas um investimento no clube, ele contribui na qualidade de torcedor e conselheiro. Então não vejo grandes preocupações.
Há muitas reclamações sobre o sócio-torcedor do Atlético. Como o senhor pretende mudar isso?
É preciso fazer pesquisa para medir a qualidade do serviço que está sendo prestado. O sócio-torcedor, já merecia um tratamento especial só por torcer mas ele ainda contribui com o clube mensalmente e tem que ser atendido de maneira diferenciada. Além disso, o Independência é muito pequeno, o Atlético não pode vender muitas cotas porque o estádio não comporta.
E com relação à construção do novo estádio, o senhor é contra ou a favor?
Eu e a maioria dos torcedores somos a favor do Atlético construir ou adquirir um estádio. Eu penso que esse patrimônio para um clube de futebol é como a casa própria para uma família, contudo sou contra vender o Diamond Mall para construí-lo. O shopping é um patrimônio altamente rentável, principalmente, daqui há 9 anos, quando vencer o contrato com a Multiplan e 100% da receita passar a ser efetivamente do Galo.