O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu recentemente manter o ritmo de queda da taxa básica de juros. Mesmo que seus efeitos não sejam sentidos em curto prazo, esses cortes representam, ainda assim, um respiro para a economia. Quando o Copom reduz os juros básicos, o objetivo é alavancar e incentivar os investimentos produtivos responsáveis pela geração de emprego e renda. A tendência é que o crédito fique mais barato, o que pode impactar positivamente o consumo, desde que as pessoas disponham de renda para tal.
Mesmo com ritmo de queda, as altas taxas de juros vêm se constituindo, juntamente com outros indicadores econômicos, um dos entraves que impedem o Brasil de sair da recessão econômica. Para deixarmos a recessão para trás, a recuperação tem que se manter sólida e não minimizar a contaminação gerada pelo ambiente político.
Pela sinalização da ata do Copom, no dia 1º de agosto, a manutenção do ritmo de corte de um ponto percentual deve continuar o que reduziria a taxa básica da economia de 9,25% para 8,25% ao ano no começo de setembro. Mas, os membros do Copom ressaltaram na ata que eventual redução dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.
Também não adianta, por um lado, o Governo Federal cortar os juros e por outro, aumentar os impostos e onerar a população que tem parte expressiva da renda comprometida. E é isso que tem acontecido. O último aumento anunciado pelo governo foi nas alíquotas de PIS/Cofins dos combustíveis. Proposto para ampliar a receita e cobrir o rombo orçamentário que ultrapassa os R$ 100 bilhões em 2017, o aumento dos impostos é mais um duro golpe na vida dos empresários e dos consumidores.
O aumento dos combustíveis não fica restrito em quem abastece o seu carro. Toda a população vai pagar essa conta. A inflação que já vinha apresentando queda, voltará a subir, pois o aumento dos combustíveis será repassado para todos os produtos. Como no Brasil, a rede de transportes rodoviários é grande, vai onerar expressivamente produtos e serviços em função da logística. Aumentar impostos não vai cobrir o rombo das contas públicas. Só vai sacrificar ainda mais a população. Para se aumentar a arrecadação é preciso estimular a economia e melhorar a gestão pública.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) é favorável à reforma tributária desde que corrija distorções e que permita o crescimento do setor produtivo para geração de mais emprego e renda. É possível ampliar a arrecadação sem a necessidade de criar impostos e aumentar alíquotas. O sistema tributário precisa de uma simplificação na arrecadação e nas obrigações acessórias.
O varejo, assim como outros setores, necessita de fôlego. Em todo o ano de 2016, o comércio de Belo Horizonte sofreu decréscimo nas vendas, nos mais diversos ramos de atividades. Nos cinco primeiros meses deste ano, a situação na Capital Mineira ainda foi de retração de 0,05%, em função da alta taxa de desemprego, segundo pesquisas da CDL/BH. O anseio do movimento varejista é que o ano seja melhor e que o Brasil volte a ser estável e próspero.
*Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas
de Belo Horizonte (CDL/BH)