O agronegócio brasileiro pode ser definido como um dos motores da economia do país. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Usp), ano passado, o setor, no geral, arrecadou, aproximadamente, R$ 1,48 trilhão, o que representou 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do período. E o mercado aposta no crescimento de 3,61% em relação a 2016.
Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta o faturamento bruto da agricultura 2016/2017 de R$ 193,3 bilhões – valor 21,2% maior que o registrado na anterior.
Se as projeções se concretizarem, a agricultura arrecadará mais do que os setores de serviço e indústria. De acordo com dados do Banco Central, o primeiro deve crescer apenas 0,55% e o segundo, 0,02%.
Segundo o coordenador de estudos e análises do MAPA, José Garcia Gasques, a agricultura no Brasil teve um salto de crescimento desde a década de 1950 aos dias atuais. Ele ressalta que, naquela época, a produção e exportação de produtos agrícolas giravam em torno apenas de café e açúcar e, atualmente, o país se destaca com várias commodities, como soja, milho, entre outros. “O crescimento do agronegócio tem se dado, principalmente, pelo desenvolvimento da produtividade”.
Além disso, Gasques destaca que o atual modelo de produção é mais integrado e consegue abranger vários setores empregando cerca de 25 milhões de pessoas. “Hoje, temos cadeias mais complexas de produtividade. Não podemos contar como empregados do agronegócio apenas aquelas pessoas que residem no campo. O segmento está crescendo muito e demanda outros tipos de serviços. Então, boa parte da oferta de trabalho é composta por pessoas que vêm de outros ramos, como mecânicos. São indivíduos que não moram no campo, mas prestam serviço”.
Gasques finaliza afirmando que a agricultura também é forte no comércio, seja para atender as demandas internas ou as exportações. “As exportações totalizaram R$ 85 bilhões e 45% no valor total. Entretanto, é importante mencionar que o brasileiro também consome o que é produzido. Apesar do Brasil ser um país exportador, o mercado interno também é forte. A agricultura resulta em um processo forte de geração de riqueza”.
Cenário em Minas
Minas Gerais é o quinto Estado que mais produz e exporta produtos agropecuários, ficando atrás apenas de São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O produto mais importante é o café, seguido pelo leite, soja e milho, sendo que, de acordo com dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o café mineiro representou mais da metade da produção nacional (56,4%), com a produção de mais 25 mil sacas.
A analista ambiental Ana Líliam Ferreira diz que as regiões produtoras do grão possuem um clima favorável e tradição no plantio. “A cultura é de uma lavoura perene e com característica de longevidade entre as famílias produtoras. Aliado a isso, a atividade tem gerado lucratividade nos últimos tempos e tem relevância tanto na exportação quanto no abastecimento do mercado interno. Atualmente, é impossível a manutenção da exportação e do abastecimento da indústria nacional sem cafeicultura mineira”.
Ana Líliam acrescenta que Minas tem se destacado, principalmente, pela grande disponibilidade de cafés finos. “Toda a estrutura instalada no Estado faz diferença para que seu grão distingui em relação aos demais”.