A Internacional Football Association Bord (IFAB), órgão ligado a FIFA, criado em 1883, tem como missão regulamentar as regras do futebol. Considerado como altamente severo e conservador, o poderoso IFAB conta com vários conselheiros que aos poucos estão promovendo várias mudanças nas regras, regulamentos e instruções do famoso esporte. Mesmo porque eles sabem que a mídia, as redes sociais e até mesmo o torcedor comum conta atualmente com vários recursos para acompanhar tudo nos mínimos detalhes e em alta velocidade. O nível de exigência cresceu muito.
Assim, diversas novidades já podem ser observadas. Algumas com sucesso, outras nem tanto. A utilização do árbitro de vídeo para dirimir dúvidas vem sendo testada e aguardada como boa solução para oferecer mais segurança e transparência ao jogo. Como o futebol envolve fortunas, interesses diversos e imensa paixão, não é muito confortável promover alterações sem estudo profundo e demorado.
Agora, os conselheiros trabalham no sentido de criar condições para melhorar o tempo de bola rolando. Eles querem que o jogo tenha obrigatoriamente 60 minutos de disputa efetiva.
Quando a bola parar por qualquer motivo, o cronometro será paralisado. Sem dúvida é uma boa ideia para tornar a partida mais dinâmica. Outras iniciativas também serão implementadas, por exemplo: O jogo só será encerrado no primeiro ou segundo tempo quando a bola parar de rolar.
Na cobrança de pênalti será proibido o rebote, acabando com a invasão da área. A cobrança de falta ou tiro de meta poderá ser feita com a bola em movimento. Permissão para que o jogador possa bater falta, escanteio ou tiro de meta para ele mesmo, sem precisar passar a bola para outro atleta. O cartão amarelo ou vermelho poderá ser utilizado para punir o treinador ou outros membros da comissão técnica.
Vamos torcer para que estas novas normas entrem em vigor o mais rápido possível. Certamente vai acabar com as paralizações desnecessárias e as malandragens. Será mais justo também para o torcedor. Ele paga para assistir um jogo inteiro e na maioria das vezes isso não acontece.
Mudando de assunto, o fato relevante dos últimos dias foi a brilhante conquista do Sub-20 do Atlético. Faturou a Copa do Brasil da categoria com todos os méritos. Aí fica uma dúvida: Porque os clubes propagam que investem tanto nas categorias de base, mas pouco ou quase nada aproveitam da situação. A cada ano vários jovens sobem para o elenco principal ou estouram idade e rapidamente somem do cenário. De vez em quando, mais por necessidade do que por opção, um ou outro entra de titular. Raro quem consegue se firmar.
Em geral os garotos ficam só treinando, perdem o ritmo e o interesse. Acabam emprestados para times menores. Sem apoio e estrutura ficam vagando por vários clubes até encerrar a carreira sem deixar rastro. Um desperdício sem limite. O discurso surrado é sempre o mesmo: “Os garotos não estão prontos, não tem experiência e outras bobagens”.
De duas uma, ou o trabalho na base é muito ruim, sem projeto e critério ou algo estranho domina as ações neste mundinho do futebol.
Outra situação de difícil entendimento é sobre a quantidade de jogadores contundidos ou cansados. Estamos na metade do ano e da temporada e a maioria já pifou ou estão perdendo força. Dizem que a culpa é do calendário, mas os dirigentes continuam mudos. Não existe qualquer mobilização para obrigar a CBF e outras confederações a mudar. Ao contrário, elas estão é aumentando o número de jogos de forma assustadora. São várias competições ao mesmo tempo, uma atropelando a outra. Uma verdadeira loucura.
Os times estão cada vez mais remendados. Os técnicos não conseguem dar treinamento, condicionamento físico ou escalar a mesma turma dois jogos seguidos. O resultado é um futebol pobre e chato. Vale mais à vontade ou a sorte do que a qualidade ou superioridade.
Para tentar enrolar a mídia e amaciar os torcedores, um bem cuidado repertório de explicações, algumas estranhas, proliferam por aí. Os dirigentes, acredito, estão satisfeitos. O dinheiro vem entrando sem esforço, apesar de sair na mesma proporção. Quando aperta muito basta vender alguém. Fica a dívida que cresce igual fermento. Um dia, quem sabe, será quitada.
Para terminar, nossa saudação ao nosso querido jornal “Edição do Brasil” pela brilhante iniciativa de homenagear tantas personalidades de vários segmentos com o Troféu Tancredo Neves.