É muito comum nos assustarmos com o valor de certos produtos na hora de efetuar uma compra. O que boa parte dos cidadãos talvez não saiba é o quanto de imposto está sendo pago. A carga tributária do Brasil está entre as mais elevadas do mundo e corresponde, em média, a 41,80% do rendimento bruto de cada brasileiro. E nem é preciso sair de casa para entender, basta olhar ao redor. Os tributos estão presentes em tudo: dos móveis aos alimentos, das roupas às lâmpadas.
São mais de 90 tipos de impostos em vigor atualmente no Brasil. Mas o maior problema está mesmo no fato de sermos o País que oferece o pior retorno da arrecadação de impostos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), das 30 nações que mais cobram tributos, estamos na última posição do ranking, atrás de países como Uruguai, Argentina e Grécia. Se pensarmos na qualidade dos nossos serviços públicos, como educação, saúde, segurança, condição das estradas, é fácil perceber o quão distante estamos, nesses quesitos, dos países mais desenvolvidos.
Não é questão de ser contra a cobrança de impostos. Na verdade, temos que lutar por um sistema tributário mais simples e menos oneroso, que seja sinônimo de desenvolvimento. Da forma como funciona atualmente, o método é totalmente incompatível com a política adotada pelos países que buscam o fomento do setor produtivo, a melhoria do bem-estar da população e a redução das desigualdades sociais. Sem falar que sufoca o orçamento do cidadão e emperra os negócios do pequeno, médio e grande empresário.
Com base nessa realidade e com o objetivo de conscientizar a população e provocar uma reflexão sobre essa realidade, que a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte e a CDL Jovem realizam, no dia 1º de junho, a 11ª edição do Dia da Liberdade de Impostos (DLI). Durante a ação, empresários da capital mineira, dos mais variados segmentos, irão comercializar produtos e serviços com desconto referente ao valor dos impostos incidentes. Os itens vão desde gasolina, brinquedos, vestuário e alimentos a aluguel de equipamentos para construção, acessórios para carros e motos, entre vários outros.
Essa insatisfação não é exclusiva dos mineiros. O Dia da Liberdade de Impostos também será realizado, simultaneamente, em vários estados: Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Distrito Federal.
O dia 1º de junho marca, simbolicamente, a data em que os brasileiros passam a trabalhar em proveito próprio. Nos 153 dias anteriores, todo o valor recebido é destinado exclusivamente ao pagamento de tributos exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. Esse período corresponde ao dobro do tempo na comparação com as décadas de 1970 e 1980, quando eram dedicados, respectivamente, 76 e 77 dias de trabalho para tal objetivo.
O anseio do movimento lojista é que o Brasil passe por uma reforma tributária que conceda um novo fôlego aos negócios, fomentando o desenvolvimento econômico nacional e, consequentemente, contribuindo com a geração de mais empregos e renda. Assim, estaremos no caminho promissor para o crescimento.
*Presidente da Câmara Dirigente Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH)