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17 milhões de brasileiros sofrem com hipertensão

Uma doença comum e silenciosa, assim é a hipertensão. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), o problema acomete cerca de 17 milhões de brasileiros. Esse número tende a crescer 80% até 2025, segundo estudo conjunto da Escola de Economia de Londres, do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova York.

A hipertensão ainda é responsável por 15% a 20% dos casos de infarto agudo do miocárdio, com risco progressivamente maior à medida que outros fatores de risco estão associados. Para a cardiologista e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Rosália Torres, o problema é bastante comum. “A hipertensão é uma doença que acomete um terço da população mundial. Mas, existe uma diferença entre ter a doença e saber de sua existência, porque a pessoas não tem o hábito de fazer visitas regulares ao médico”.

Rosália explica que a doença afeta os níveis da circulação sanguínea e que esse graus são determinados pelo estado das artérias e do coração. “Muitas vezes, a pessoa apresenta a pressão alta, o que é mais comum, mas também pode começar a ter problemas como consequência, alguns exemplos são: acidente vascular cerebral, insuficiência renal e até mesmo o infarto. Ou pode acontecer o contrário, ela descobre uma doença e por consequência ser acometida pela hipertensão”.

Foi o que aconteceu com a professora de educação infantil Eliana Maria de Almeida. “Minha hipertensão foi diagnosticada devido a uma nefrite. A doença causou muitos sintomas, mas o principal era dor de cabeça e uma ânsia de vômito muito forte”.

Para melhorar sua condição, Eliana mudou alguns hábitos de vida. “Eu evito ingerir alimentos com muito sal, gordurosos e ácidos. Tento sempre controlar o meu peso e criei o costume de fazer caminhada. Isso tudo auxilia muito, mas ainda assim, preciso tomar 5 medicamentos diferentes que foram prescritos pelo meu médico”.

A cardiologista ressalta que essa mudança de vida é o melhor caminho. “A hipertensão é uma doença multifatorial, ou seja, ela pode se dar por diversos fatores: genéticos, ambientais ou relacionados ao hábito de vida como consumo excessivo de sal, sedentarismo, obesidade, estresse etc. Por isso, é preciso que o paciente esteja disposto a mudar”.

Rosália diz ainda que o exercício físico é um aliado à saúde do hipertenso. “Quando o paciente está na fase inicial é interessante que se faça um tratamento não medicamentoso, diminuindo o sal da comida, melhorando a alimentação, praticando exercícios físicos e mantendo um peso adequado para a idade e biótipo de cada um”.

Alerta
Eliana esclarece que, hoje, sua vida é melhor, mas que, mesmo com a medicação e mudança de hábitos, ela ainda tem picos da doença. “Mesmo com o controle, os sintomas se afloram em momentos de estresse. Uma vez meu nariz começou a sangrar sem parar e o médico constatou que havia rompido uma veia na minha cabeça. Tive um aneurisma em consequência do aumento da pressão, que chegou a 28 por 20. Foi um milagre eu não ter tido sequelas”.

Para ela, ter consciência o quanto antes da doença é a melhor solução. “A partir do momento em que eu soube da minha condição, eu assumi o controle e tento viver melhor a cada dia. Tomo os remédios direitinho e tento estar sempre bem”.

Rosália corrobora com a fala de Eliana e deixa um alerta. “Uma das coisas mais importantes é a pessoa descobrir o problema, por isso é essencial que ela consulte o médico periodicamente, tendo os sintomas ou não”.

Um outro ponto destacado pela cardiologista é sobre a medicação. “Muitos pacientes hipertensos são levianos em seu tratamento. Qualquer coisinha é desculpa para não tomar o medicamento. No entanto, enfatizo que a hipertensão é silenciosa. Ou seja, a pessoa não pode parar de tomar o remédio de forma alguma, pois isso só irá piorar o quadro”, conclui.