Em épocas de crise é preciso criar oportunidades. Agora o momento é de inovar e se reinventar. Tem sido assim com a Casa Falci, empresa a que administro. São cem anos de história e muitos altos e baixos. Temos na trajetória, duas grandes guerras mundiais, alterações de moedas e inúmeras crises econômicas. Mas, a centenária loja, criada por meu bisavô, se mantém firme justamente por se renovar.
Foi pensando na importância da inovação que a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) decidiu apostar na elaboração de um programa para revolucionar os setores de comércio e serviços da capital mineira e ajudar os pequenos negócios, nesse delicado momento de retração econômica. Em parceria com o Sebrae, a entidade criou, no ano passado, o Varejo Inteligente.
Com dois públicos principais, o empreendedor e o empresário do varejo, o objetivo do programa é promover soluções inteligentes para os principais desafios das empresas varejistas, por meio do desenvolvimento de startups mineiras, e da articulação entre elas, as empresas do varejo e o ecossistema de empreendedorismo e inovação da cidade. O intuito das discussões é construir modelos de negócios aplicáveis e úteis ao varejo.
Para os empreendedores e suas startups, o Varejo Inteligente oferece a possibilidade de validar e amadurecer o negócio, facilitando sua interação com o mercado. Isso permite que os empresários tenham um entendimento mais profundo de seus potenciais clientes. Durante o programa são realizados treinamentos, palestras e momentos de troca de experiência entre os participantes, especialistas do varejo e empreendedores da área de inovação. As áreas de atuação incluem relacionamento com clientes, gestão de custos e de fornecedores, mão de obra e marketing.
Para os empresários, o nome do programa já diz tudo. É a oportunidade de ter contato com soluções inovadoras que os diferenciem de seus concorrentes e os tornem mais competitivos dentro do mercado ao qual estão inseridos.
A primeira edição, realizada em 2016, contou com 91 startups inscritas, sendo 40 selecionadas para fazer parte do Varejo Inteligente. Durante dois meses, foram mais de 900 interações com os varejistas, entre entrevistas, testes, ações comerciais e sessões de feedback. Entre os diversos resultados positivos, pode-se destacar as 19 empresas que propuseram as ideias e, destas, 14 já estão testando a solução com seus potenciais clientes, além de duas que já validaram suas soluções criadas.
O primeiro passo foi dado. Neste ano realizaremos a segunda edição do Varejo Inteligente e acreditamos que outras novas e boas ideias surgirão. Com esse incentivo, esperamos que os comerciantes melhorem suas operações, reduzam custos e ampliem suas perspectivas de negócios, contribuindo para o fortalecimento do comércio e da economia da cidade. Afinal, esse é o propósito da CDL/BH: fomentar os setores de comércio e serviços da capital.