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A prisão de Lula e a internet

O Brasil, passadas as eleições municipais, foi sacudido por informações e boatos nas redes sociais, dando conta da iminente prisão do ex-presidente Lula, depois que virou réu pela terceira vez na Operação Lava Jato.

Milhares de mensagens, denúncias e um sem número de noticias truncadas, ora dizendo que Lula já estava preso em Curitiba, ora informando que a Polícia Federal estava cumprindo o mandado de prisão em São Paulo, ora dizendo que Lula estava depondo para o juiz Sérgio Moro e de lá sairia preso.

Uma verdadeira fábrica de boatos que tumultuou as redes sociais, a ponto de algumas lideranças sindicais, e vários movimentos sociais, se aglutinarem e começarem a difundir os “informes” pregando a necessidade de defender o ex-presidente.

Soma-se a isso os impropérios vindos do pretenso candidato a presidente da República, Ciro Gomes xingando o juiz Sérgio Moro de fascista, conforme reportagem do jornal Estado de São Paulo”:

“Com seu estilo sem papas na língua, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) criticou as sapatadas dadas no ex-deputado Eduardo Cunha. “Bater ou agredir fisicamente seja quem for… fascismo descabido”. Apesar disso, criticou o juiz Sérgio Moro por deixar Eduardo Cunha solto: “omissão fascista do Moro”.

Só que para quem se lembra, foi o mesmo Ciro Gomes que defendeu a fuga de Lula para escapar da prisão, quando foi denunciado pela primeira vez na operação Lava Jato.

Dois pesos e duas medidas.

Tanto Lula como Cunha foram denunciados pela justiça, viraram réus e vão responder dentro do princípio republicano da mais ampla defesa e do estado democrático de Direito.

Não tem que mandar prender ou defender a fuga de qualquer réu no atual estágio do processo penal.

Fica parecendo que, no fundo, se quer tirar da frente possíveis empecilhos para uma pretensa corrida eleitoral em 2018. Cunha, pelo poder de articulação política que ainda parece ter com seus pares no Congresso, e, Lula, pela força de sua figura junto ao eleitorado.

Só que ao jogar na imprensa que Sérgio Moro é um juiz fascista, Ciro Gomes nada mais faz do que alimentar o descontentamento de certas camadas sociais e de seus movimentos, como se viu nas redes sociais nos últimos dias.

Os boatos quando surgem e crescem junto à população, só fazem incrementar o descontentamento, as agressões às instituições e á própria democracia, quando se sabe que, quase sempre, escondem verdadeiras intenções não reveladas e nem transparentes no movimento

Servem tão somente para tumultuar o ambiente interno, a tranquilidade social, ainda que estejamos ainda descontentes com os rumos da política econômica. Aliás, este outro agravante que se apresenta como um campo fértil a dar guarida à onda de boatos e informações inconseqüentes.

Como hoje no Brasil, o uso das redes sociais está amplamente disseminado – tanto que nas eleições municipais, com a nova lei eleitoral, foi o canal utilizado pelos candidatos e partidos políticos – sua força de persuasão na população não pode ser descartado e torna-se uma arma para o bem e para o mal. Cabe a nos e a cada um que usa da rede social, separar o joio do trigo, para o bem da Nação.