A Escola Estadual Duque de Caxias, na região do Barreiro, tem se destacado consecutivamente quando o assunto é o nível de ensino no Brasil. Por duas vezes, ela foi primeiro lugar na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Além disso, 100% dos alunos alcançaram o nível “recomendável” no Proalfa, exame que mede a capacidade de escrita e leitura de alunos do 3º ano fundamental. Em entrevista, a diretoria da instituição Maria Eliza Resende afirma que um dos objetivos da escola é formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade de forma ética e responsável, almejando o bem comum.
Qual é a sensação de saber que a escola na qual você é diretora foi primeiro lugar entre as escolas estaduais da Grande BH no Ideb?
É grande a alegria de saber que os objetivos aos quais a escola se propõe estão sendo alcançados. A sensação é a de termos uma certificação de que estamos no caminho certo em busca da qualidade da educação.
Existe algum programa interno feito pela escola que tenha como objetivo essas avaliações?
Todas as ações da escola são voltadas diariamente para o êxito do aluno quanto à aprendizagem. E esse foco tem como consequência o êxito nas avaliações internas, externas e o sucesso do aluno como um todo, não sendo especialmente em avaliações.
Na Duque de Caxias, o resultado do Ideb só tem crescido com o passar dos anos, inclusive ele está acima das médias mineiras. Ao que você atribui isso?
Atribuo o aumento do resultado às orientações da Secretaria de Estado de Educação (SEE), no sentido de organizar a prática pedagógica de acordo com o nível de ensino aliada a Gestão Integrada da Escola (Gide). Isso propicia que a coordenação seja focada em metas, onde o gerenciamento das ações, planejamento e monitoramento ocorram de forma sistemática e contínua.
Essa notoriedade também pode ser vista como um peso, já que provavelmente os pais e alunos esperam que a escola esteja sempre bem colocada no ranking?
Isso não é visto como um peso para a escola, mas com uma afirmação de que somos capazes de promover a aprendizagem com qualidade do aluno. Porém, a comunidade escolar, em vista do destaque, espera a continuidade do mesmo.
Qual é o segredo da Duque de Caxias?
Não tem segredos, e sim ações pertinentes aos objetivos que devem nortear o trabalho de uma escola e uma equipe altamente comprometida. Toda à escola tem como foco a aprendizagem do aluno diariamente, realizando um planejamento sério e bem feito, coerente com o nível de ensino. Monitoramos a execução do planejamento por meio de uma avaliação contínua, inclusive diagnosticando os desvios, o que possibilita a intervenção no tempo certo. Assim, é possível reorientar as atividades, padronizar as ações de sucesso e corrigir as falhas.
Em sua opinião, que avanços Minas tem tido quando o assunto é educação?
Minas Gerais tem tido avanços significativos na educação ao viabilizar o Plano de Intervenção Pedagógica (PIP), que tem como objetivo intervir na dificuldade do aluno no tempo certo; a disponibilidade das matrizes curriculares, Currículos Básicos Comuns (CBCs) que possibilitam um direcionamento para as ações pedagógicas de modo a unificar a oportunidade de aprendizagem dos alunos no estado; a implementação do ensino fundamental com duração de 9 anos; ações com foco na gestão colegiada, onde há incentivo da participação da família na escola; o repasse de recursos públicos para subsidiar a merenda e manutenção da escola com cronograma definido e mais eficiente.
Como você gostaria que estivesse a educação básica do estado daqui 10 anos?
Gostaria que a Educação Básica estivesse com a qualidade que os mineiros merecem. Deste modo, se a medida/quantificação for importante e coerente que todas as escolas apresentem níveis recomendáveis e notas acima de 7,7. Almejo, portanto, que o Ideb das escolas mineiras seja relevante, bem como, que a evasão e a repetência sejam minimizadas progressivamente.