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A cada 40 segundos morre uma pessoa por doença cardiovascular no Brasil

As doenças cardiovasculares são aquelas que afetam o coração e os vasos sanguíneos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a patologia é a principal causa de morte no mundo. No Brasil, os números mostram que a média de óbitos chega a 350 mil anualmente, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos. Entre os principais problemas que contribuem com a estatística está o mau hábito de vida da população. No entanto, existem alguns cuidados e alertas que podem prevenir essas doenças.

De acordo com Bráulio Molina Toledo, cardiologista do Hospital Vera Cruz, o infarto agudo no miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que as pessoas conhecem popularmente como derrame, são as que mais matam no mundo. “O AVC pode ser isquêmico, quando ocorre uma obstrução da artéria que irriga uma parte do cérebro ou hemorrágico, quando essa artéria se rompe e vaza sangue dentro da cabeça”.

Ele explica que as doenças cardiovasculares têm basicamente os mesmos fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo, histórico familiar, obesidade, sedentarismo, ansiedade e estresse. “Hoje, as pessoas trabalham demais e tem pouco tempo para relaxar, fazer atividade física e se alimentar bem. Elas não comem direito, não tem horário certo para as refeições, ficam a base de lanches, abusam de alimentos prontos e comidas fast food”.

Sintomas

O médico salienta que os sintomas do infarto são variáveis. “Existem os típicos que não são muito conhecidos ou ainda aqueles silenciosos que a pessoa descobre quando vai fazer um eletrocardiograma de rotina. Os principais sinais são dor no peito que, às vezes, passa também para o ombro esquerdo, mandíbula e costas. Normalmente vem associado a outros sintomas bem característicos: suor frio, mal-estar, pele pegajosa, náusea, vomito e tonteira”.

Já o AVC isquêmico apresenta os sinais clássicos. “A pessoa subitamente perde uma visão, entorta a boca, perde a força em um dos braços e pernas ou ainda nos dois ao mesmo tempo, começa a falar de forma confusa, perde a noção de tempo e espaço, não consegue se expressar e, às vezes, ocorre um desmaio e a pessoa acorda com algum membro paralisado. Quando é o hemorrágico, normalmente, apresenta uma dor súbita de cabeça e perda de consciência na fase aguda”.

O cardiologista diz que o tempo é fundamental nas duas situações. No caso do infarto, quanto mais rápido começar a ser medicado melhor, pois o dano será menor. “Muitas vezes é feito um cateterismo de urgência para abrir a artéria. Dependendo do tempo em que a pessoa teve o início do sintoma até chegar ao hospital, a gente tem quase que uma recuperação total do coração. Já o AVC, também dependendo do tempo e extensão afetada, a pessoa recebe uma medicação e tratamento especifico e tem chance de ficar praticamente sem sequelas”.

As doenças cardiovasculares têm prevenção, de acordo com o cardiologista. “Existem aqueles fatores de risco que a gente não tem como mexer, por exemplo, o histórico familiar. Se seus pais enfartaram, você tem mais risco de ter um infarto. Mas é possível controlar a glicose, passar a fazer uma atividade física, perder peso e trabalhar a alimentação, reduzindo os carboidratos, sódio e refrigerante. Se a pessoa fuma, a orientação é largar esse vício. O tratamento pode ser apenas com mudanças de hábitos e muitas vezes conseguimos controlar o paciente antes dele ter a doença. Também existem os casos que exigem medicamentos”.

Socorro imediato

A massagem cardíaca pode ser feita por qualquer um e é importante, pois aumenta a chance de sobrevivência e pode salvar a vida da pessoa que está em parada cardiorrespiratória, enquanto o socorro ainda está a caminho. “Ao perceber que uma pessoa teve um desmaio ou está inconsciente, coloque os dedos indicador e dedo médio no pescoço para ver se tem pulso. Caso não tenha, faça a massagem cardíaca”, finaliza.

Como fazer a massagem:

 

Com o indivíduo deitado, posicione as mãos sobre o peito da vítima entre os mamilos.

 

Com os braços esticados, empurre as suas mãos com força, utilizando o peso do seu próprio corpo, contando, no mínimo, dois empurrões por segundo até a chegada do resgate.

 

É importante deixar que o tórax do paciente volte a posição normal entre cada empurrão.

 

Parar apenas com a chegada do resgate.

Fonte: Ministério da Saúde

As doenças que mais matam

 

Infarto agudo do miocárdio: Caracterizado pela diminuição ou ausência da circulação sanguínea no coração, devido à obstrução da artéria coronária. A busca por ajuda nos primeiros sintomas é fundamental.
Acidente vascular cerebral: Acontece quando há entupimento ou rompimento dos vasos que levam o sangue ao cérebro. O socorro imediato pode diminuir as sequelas e a chance de óbito.
Doença vascular periférica: Está relacionada ao estreitamento e endurecimento das artérias que realizam o transporte do sangue para os membros inferiores.
Morte súbita: A maioria dos casos está relacionada com doenças do coração. Compreende o quadro de óbito de forma súbita, sem chances de socorro.

Fonte: OMS

O gerente financeiro Antônio Carlos, 40, sofreu um infarto há 3 anos. “Eu tinha ido ao mercado, quando voltei, sentei no sofá e senti uma dor no meu peito, como se alguém tivesse pressionando. A dor desceu para as costas e eu sentia que estava um pouco tonto. Nem passou pela minha cabeça que poderia ser algum problema com o coração”.

Ele conta que foi até o pronto-socorro com sua mulher. “Quando cheguei e relatei os sintomas, a médica imediatamente me deu um comprimido para colocar debaixo da língua. Fui para o hospital e soube que eu teria que fazer uma cirurgia de angioplastia para desobstruir uma artéria. Só aí a ficha caiu que eu estava tendo um infarto. Foi um susto, mas felizmente deu tudo certo. Eu tinha hábitos alimentares ruins, com ingestão de açúcar e sal em excesso. Hoje, eu me cuido melhor, pratico exercício físico com frequência e faço exames de rotina com o cardiologista”.

Esta matéria encerra a série especial de reportagens dedicadas a #SaúdeDoHomem. O Edição do Brasil espera que as informações alertem a população masculina para que eles possam cuidar ainda mais de sua saúde, afinal, a prevenção é a melhor solução. Caso tenha perdido as reportagens anteriores, acesse nosso site e confira.

Veja as matérias anteriores da série: 

A cada 36 minutos, um homem morre vítima do câncer de próstata