Pesquisa mostra que idosos viajam de 2 a 3 vezes por ano. (Foto: divulgação)
O turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no Brasil. De acordo com os dados mais recentes do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), a cadeia produtiva (atividades ligadas direta ou indiretamente à esfera), em 2014 movimentou R$ 492 bilhões no país. Já a sua participação direta atingiu o valor de R$ 182 bilhões, cerca de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2024, a previsão é que o Brasil alcance cerca de R$ 700 bilhões em volume de negócios no setor, garantindo a participação de quase 10% do PIB.
O professor de turismo e empresário Amaury Greco Júnior revela que a crise afetou o setor, gerando uma retração no primeiro semestre. Entretanto, a partir do mês de setembro a demanda por viagens turísticas voltou a crescer. Segundo ele, a queda do dólar beneficiou os valores para as viagens internacionais, mas os destinos nacionais estão mais caros. “As viagens para a Europa, por exemplo, estão com o custo menor do que para a América do Sul”, indica.
Para aquecer o segmento, Júnior destaca que a estratégia é facilitar o meio de pagamento. “Muitas agências trabalham por meio de operadoras, que por sua vez, estão ampliando as planilhas de pagamento, assim como as companhias áreas e a hotelaria. Antes o parcelamento aéreo era de 6x sem juros, hoje ele é estendido para 10 ou 12 vezes. E para atrair o cliente, principalmente o mineiro, ele recomenda que a ideia é incentivar o planejamento das viagens. “Quem pratica mais atividades turísticas é o paulista, pois ele tem a cultura de comprar a sua viagem com antecedência, já o mineiro fica com a esperança de conseguir uma promoção e acaba pagando caro”. Segundo ele, é possível economizar de 30% a 40%, principalmente nos bilhetes aéreos.
As pessoas que ainda não têm destino para o Natal e férias de janeiro, podem correr o risco de ficar em casa. “Isso não é devido à sazonalidade, pois não é mais uma questão que interfere no preço, e sim, a demanda pelo lugar, modismo e excentricidade”, conclui o professor.
Mercado em alta
O IBGE prevê que Minas Gerais terá mais de 8 milhões de idosos em 2050 – cerca de 5 milhões a mais do que em 2016. O aumento na expectativa de vida dos brasileiros é de aproximadamente 72 anos, e as análises estimam que, até 2050, a idade será de 81 anos. Esse é um nicho de mercado em ascensão.
Um estudo sobre os Hábitos de Turismo na Terceira Idade, realizado pelo Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto da Administração (PROVAR/FIA) mostra que entre os entrevistados, 32,9% viajam de duas a três vezes por ano, e 46,7% permanecem no mínimo de 7 dias no local escolhido. A maioria afirma que as viagens mais feitas são a lazer, um índice de 96,5%. No que diz respeito à ocupação, 43,1% exerce “atividades diversas”, os “aposentados” somam 41,8% e os “do lar” totalizam 15,1%.
A pensionista Marlene Vasconcelos, 75, conta que começou as suas aventuras pelo Brasil em 1992. “Viajo duas vezes por ano. E o principal destino que busco é o litoral”. Marlene conta que conhece quase todas as praias do Nordeste e a sua próxima parada será em São Luís, no Maranhão. “Pretendo explorar mais a região Sul do país, pois conheço apenas Gramado”, planeja.
A pensionista diz que suas viagens duram em torno de 7 dias e que gasta em média R$ 3 mil, incluindo transporte, alimentação, passeios e presentes. A hospedagem fica por conta de um programa de vantagens no qual ela participa. “Assim que chego à cidade, procuro um guia, porque gosto de aproveitar bem o local”, enfatiza.
Atenção especial
Devido ao aumento desse nicho de mercado que está crescendo no país, o Ministério do Turismo disponibilizou uma cartilha: “Dicas para atender bem turistas idosos”, em parceria com Ministério da Justiça e Cidadania e o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso. Entre as orientações se destacam a forma de tratar esses consumidores.