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Mais de 430 mil pequenos negócios foram abertos no Estado em 2024

Foto: Freepik.com

 

De acordo com dados do Sebrae Minas, com informações da Receita Federal, em 2024, Minas Gerais ocupou a segunda posição no Brasil em termos de abertura de pequenos negócios, ficando atrás apenas de São Paulo. O Estado registrou 436.794 novas pequenas empresas, o que representa um crescimento de 8,41% em comparação com o ano anterior. Os pequenos negócios, que incluem os microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), corresponderam a 96,55% das novas empresas fundadas em Minas.

A maior parte dos novos negócios foi registrada como MEI, representando 76,59%, seguida pelas ME (20,34%) e EPP (3,07%). O setor de serviços foi o mais expressivo, com 245.553 empresas abertas em Minas Gerais. O comércio ficou com 99.366 novas empresas, enquanto a indústria somou 86.096 registros. Já a agropecuária registrou 5.779 novos CNPJs.

Em 2024, a atividade econômica que registrou o maior número de aberturas foi a de “promoção de vendas”, com 21.445 novos negócios. Em seguida, destacaram-se o “comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios” (17.183), “cabeleireiros, manicure e pedicure” (15.380), “obras de alvenaria” (15.088) e “preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados” (14.458). Belo Horizonte liderou os municípios de Minas Gerais com o maior número de novos pequenos negócios, totalizando 80.635.

De acordo com a economista Marcela Andrade, o crescimento no número de pequenas empresas reflete a confiança renovada dos empreendedores no ambiente econômico do Estado. “Minas Gerais tem mostrado uma recuperação econômica sólida, com avanços em diversas áreas, o que tem impulsionado os negócios de pequeno porte, além de uma economia diversificada, com destaque para os setores de serviços, comércio e indústria. A flexibilidade para atender diferentes nichos de mercado, combinada com a demanda crescente por novos produtos e serviços, ajudou a fomentar o empreendedorismo”.

Para Marcela, a ascensão dos pequenos negócios também está diretamente ligada à busca por alternativas de emprego e à necessidade de adaptação a novos modelos de consumo, especialmente com o crescimento das plataformas digitais. “O perfil do empreendedor mineiro tem se adequado a essas mudanças, e há uma aceleração na busca por soluções que atendam às necessidades do mercado, principalmente no setor de serviços. A transformação digital fez com que muitas pequenas empresas se adaptassem a novos modelos de negócio, como vendas on-line e prestação de serviços digitais. Isso facilitou a abertura de negócios mais ágeis e com custos mais baixos de operação”.

De janeiro a dezembro de 2024, o saldo líquido entre a abertura e o fechamento de pequenos negócios em Minas Gerais foi de 170.276, representando um aumento de 5,50% em comparação com 2023. Esse resultado é calculado com base em 436.794 novas empresas abertas e 266.518 fechadas.

 

Dados nacionais

Em todo o país, foram abertos 4.141.455 pequenos negócios, sendo 73% de microempreendedores individuais. O saldo foi de 1.754.785. O setor de Serviços também teve destaque nacional, registrando 2.343.297 de novos CNPJs, e saldo de 1.121.409.

 

Cenário para 2025

O consultor financeiro Guilherme Ferraz explica que o acesso a financiamentos ainda pode ser um desafio, especialmente para MEIs e pequenas empresas. “Muitos empreendedores podem se deparar com dificuldades em obter empréstimos com condições favoráveis, principalmente em um cenário de juros altos ou exigências rígidas para a concessão de crédito”.

“Além de questões como inflação e mudanças na política fiscal, podem afetar o ambiente de negócios. Esse contexto de instabilidade pode gerar receios entre os empreendedores, tornando o planejamento e a gestão financeira mais desafiadores. Os empresários podem enfrentar despesas elevadas com aluguel, matérias-primas e mão de obra”, ressalta.