Em um mês de otimismo econômico, Minas Gerais viu a criação de 8.547 novas empresas em agosto de 2024, conforme dados recentes da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg). O número representa uma alta de 4,37% em relação ao volume registrado em agosto de 2023, que foi de 8.189 constituições empresariais. A média para o mês foi de 276 novos negócios por dia. No acumulado do ano, já são 65.923 novos empreendimentos abertos em Minas, um crescimento de 12,01% frente aos oito primeiros meses do ano passado (58.856).
A presidente da Jucemg, Patrícia Vinte Di Iório, destacou a relação entre a abertura de empresas e outros marcadores do avanço da economia mineira. “O crescente volume de empresas abertas em Minas, por meio da formalização do registro empresarial na Jucemg, reflete bem os avanços da economia mineira, como a atração de novos investimentos, a geração recorde de empregos e o forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas”.
O economista Fabrício Diniz diz que esse impulso reflete não apenas a confiança dos empreendedores, mas também a eficácia de políticas públicas voltadas para facilitar a abertura de negócios e fomentar o ambiente empresarial. “Houve um movimento muito positivo em agosto e estamos vendo durante todo o ano, demonstrando que o ambiente de negócios em Minas Gerais está se fortalecendo. A desburocratização e a simplificação dos processos têm sido fundamentais para estimular esse crescimento. A recuperação econômica e a estabilidade financeira proporcionam um ambiente mais seguro e previsível para novos empreendimentos, incentivando investidores e empreendedores a se aventurarem no mercado”, comenta.
De acordo com o relatório da Jucemg, as regiões com melhor desempenho em aberturas de empresas, na comparação entre agosto deste ano e agosto de 2023, foram: Noroeste (17,81%), Norte de Minas (15,61%) e Vale do Rio Doce (10,85%). Em relação ao acumulado do ano, a região Noroeste se mantém em destaque com alta de 16,20% em paralelo aos mesmos oito primeiros meses do ano passado. Na sequência vêm Sul de Minas (13,49%), Central (12,44%), Zona da Mata (12,38%).
Belo Horizonte
A capital mineira segue como o município que mais abre empresas em Minas. Em agosto, BH recebeu 2.274 novos negócios, alta de 7,98% no comparativo ao oitavo mês de 2023. No acumulado do ano, Belo Horizonte já formalizou 17.694 novos negócios, o que representa crescimento de 17,32% diante do mesmo período no ano anterior. Na sequência, aparecem Uberlândia (490 em agosto e 3.964 no ano), Contagem (293 e 2.185); Juiz de Fora (262 e 1.815); Montes Claros (199 e 1.452); Uberaba (160 e 1.331) e Betim (150 e 1027).
Para Diniz, Belo Horizonte é o principal centro econômico e financeiro de Minas Gerais, concentrando uma grande parte das atividades empresariais do Estado. “A cidade oferece uma base sólida de infraestrutura e serviços essenciais para novos negócios. A presença de grandes empresas e corporações cria um ambiente favorável para novos empreendimentos, proporcionando oportunidades de negócios, parcerias e uma rede de contatos ampla”.
Encerramentos
Em relação às baixas empresariais, agosto encerrou com 4.964 extinções, variação de 12,77% diante dos 4.402 encerramentos verificados em agosto do ano passado. No acumulado do ano, 41.118 empresas fecharam as portas em Minas.
Diniz explica que dificuldades em obter financiamento adequado para expandir ou mesmo para manter operações podem levar ao fechamento de empresas, especialmente para pequenos e médios empreendimentos que enfrentam restrições de crédito. “Problemas na gestão financeira, como fluxo de caixa inadequado e falta de planejamento, podem levar as empresas a problemas financeiros e eventual fechamento”.
“Além de dificuldades devido à falta de um plano de negócios sólido, planejamento estratégico inadequado, gestão ineficiente e a complexidade para lidar com a burocracia especialmente para aqueles que não têm recursos ou suporte adequado”.