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AVARcalhado

O futebol é uma das paixões dos brasileiros que leva milhares de pessoas aos estádios, milhões de torcedores acompanham os jogos pela televisão, rádios, jornais e redes sociais, além do assunto ser debatido no trabalho, em casa e nas ruas. Já escrevi na coluna do conceituado jornal que a arbitragem brasileira é alvo de críticas há muito tempo. Mas como incompetência e burrice são ciências – portanto, podem ser aprimoradas – a coisa piora dia a dia.

A palavra AVARcalhar significa reduzir a importância de algo, de alguém ou de si próprio; expor-se ou ser exposto ao ridículo; desmoralizar, ridicularizar. É o que está acontecendo na maioria dos jogos dos campeonatos de Norte a Sul do Brasil.

O VAR no futebol brasileiro começou em 2018 com o uso da análise pela comissão que fica na cabine e em contato com o árbitro de campo. A tecnologia veio para tirar as dúvidas de erros de apreciação, mas o que fizeram com o VAR? Piorou o jogo da bola nos gramados pelo Brasil. A diferença, agora, é que o erro ficou mais escancarado. É científico. AVARcalharam o futebol, pois o árbitro central apita conforme o comunicado dos analistas do VAR que ficam em uma cabine, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. A equipe do VAR tem o árbitro de análise central e três a quatro auxiliares que ficam na cabine de “olhos” nos monitores para analisarem os lances que eles “acham” polêmicos. Os “bandeirinhas” hoje marcam apenas o lateral e às vezes os impedimentos, porque estão limitados em suas ações.

Tem alguns árbitros que são piores do que os piores, mas quais os critérios? Na maioria das vezes, os analistas do futebol informam que o que vale a favor do Flamengo, Corinthians e Palmeiras não vale para outros clubes. E assim por diante. Uma situação grave, pois o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, ex-árbitro Wilson Seneme, nunca foi da prateleira de cima dos árbitros quando atuava nos jogos. E qual é o critério dele ser o todo poderoso da arbitragem pela CBF? Tem algo estranho no ar.

“Gosto” da marcação dos impedimentos. Um ou dois centímetros são como uma varinha mágica: basta o VAR escolher um lado e dizer. Sempre estará correto, mesmo errando. Afinal, um centímetro ou dois pode decidir o título. E os pênaltis e bola na mão? Vamos ver em câmera lenta! A cada rodada os erros – por vezes perigosamente maliciosos – se multiplicam. Cada equipe de VAR tem seus próprios critérios “duvidosos” que são mutáveis até na mesma partida.

Até quando? Até sempre. Isso tudo é escandaloso. Com toda a tecnologia, consegue-se negar ou construir fatos. E lá vêm os comentaristas de arbitragem palpitar. No currículo? Nunca escreveram um fonograma na vida e deitam cátedra com platitudes, como “é caso de interpretação”. Uma frase desse tipo deveria ensejar prisão em flagrante.

Até quando vamos depender dessa incompetência? Por que não estudam? Por que não se profissionalizam na arbitragem? Não vão querer que o caixa do banco entenda de arbitragem a cada fim de semana. Ou o funcionário público, o professor de educação física do colégio, que faz bico na CBF assoprando apito, fiscalizado por reco-reco, bolão, azeitona e arrelia – que às vezes demoram cinco minutos para traçar a linha de impedimento – ou se a bola bateu ou não no ombro.

Ora, ninguém pode estar impedido por um ou dois centímetros. É fraude ludopédica e qualquer aluno sabe disso. Cada regra tem um telos, mas deixa para lá. Quem vai entender isso que estou falando? Telos? Função da norma? Mas a regra é clara! E a bola continua rolando pelos gramados e as torcidas ainda acreditam que um dia tudo vai dar certo, mesmo com o VARcalhando, ou será bem utilizado. Sejamos otimistas!