O volume de serviços prestados no país voltou a avançar em março, registrando uma expansão de 0,4%, após ter recuado 0,9% em fevereiro. O patamar ficou 12,1% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica (alcançado em dezembro de 2022). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no indicador acumulado para o primeiro trimestre de 2024, frente a igual período de 2023, o setor fechou com crescimento de 1,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, a expansão é de 1,4%.
Das cinco atividades de divulgação investigadas, quatro apresentaram avanço. O principal destaque foi para o setor de informação e comunicação, que cresceu 4% em março, eliminando a perda de 2,5% registrada em fevereiro. Outra atividade com importante avanço em março foi a de profissionais, administrativos e complementares, que com a alta de 3,8%, se recupera da queda de 2,1% no mês anterior. Também registraram crescimento em março as atividades de transportes (0,3%) e serviços prestados às famílias (0,6%). Outros serviços (0,0%) ficou estável.
A economista Renata Camargos explica que o mercado de trabalho aquecido, a recomposição da renda das famílias, redução da inflação e a perspectiva de diminuição das taxas de juros influenciam essa alta. “É um segmento crucial para a economia do país. O destaque do setor de informação e comunicação se deve aos serviços de telecomunicação e de tecnologia da informação, que é um mercado que vem crescendo bastante, principalmente depois da pandemia”.
Minas Gerais
Na análise regional, Minas Gerais cresceu 1,2% em março frente a fevereiro de 2024, superando o avanço nacional de 0,4%, no mesmo período. Ao analisar os números do primeiro trimestre, o crescimento do estado também é maior no setor (4,4%), contra 1,2% da média nacional. O levantamento mostrou que, na comparação de março com mesmo mês do ano anterior, o ramo de serviços apresentou aumento de 2,2% em Minas Gerais, enquanto no Brasil houve retração de 2,3% na comparação ano a ano.
Os destaques do Estado entre os grupos de atividades foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 16,6% e os serviços prestados às famílias, com alta de 9%. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios registrou variação positiva de 0,2% e serviços profissionais, administrativos e complementares, com peso maior para o índice do IBGE em Minas, teve queda de 6,1%. O grupo de outros serviços recuou 14,3%.
“Serviços de informação e comunicação tiveram bom desempenho das empresas de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet e de desenvolvimento e licenciamento de softwares, tanto no país quanto no Estado. Um dos fatores para o aumento dos serviços prestados às famílias foi o crescimento da receita de empresas de restaurantes e de espetáculos teatrais e musicais, o que deixa o mercado de trabalho bem aquecido”, diz Renata.
O aumento no segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios se deu devido ao aumento de receita no ramo rodoviário de cargas. “A exportação do minério de ferro, muito presente no Estado, e das grandes colheitas da produção no campo foram as principais responsáveis pelo crescimento do setor em Minas. Além disso, podemos citar também o transporte de passageiros pelo crescimento do turismo no estado”.
Renata espera resultados positivos para os próximos três meses. “O mercado de trabalho tem apresentado a criação de postos formais, principalmente nos setores industrial, serviços, construção e agropecuária. Isso significa que as famílias terão renda para gastar, além do turismo em crescimento e do setor de eventos, que fica aquecido com o grande número de turistas e também contribui para geração de empregos”.