A cidade de Contagem implantou o projeto “Juventude Ativa: Eixo de Formação e Engajamento”, para atender, especialmente, jovens em regiões mais carentes do município. A ideia é incentivar a participação dos adolescentes na criação de projetos culturais e cursos de ação para prevenir a violência e promover ambientes mais seguros. Além de propiciar trocas de experiência entre os estudantes e membros das forças de segurança.
Inicialmente, o projeto atendeu a região de Nova Contagem e, em paralelo, as regionais Nacional e Industrial, de acordo com as necessidades de cada uma. Foram organizadas oficinas, atividades e intervenções, práticas e teóricas, que incentivem a participação dos jovens moradores. O programa é coordenado pela Secretaria Municipal de Defesa Social (Seds).
Segundo a secretária de Defesa Social, Viviane França, a ação busca transformar a vida de jovens das regiões impactadas. “O ‘Juventude Ativa’ se insere hoje nas regionais com maior índice de vulnerabilidade e evasão escolar. O objetivo é formar lideranças e articuladores dentro das comunidades”.
O superintendente de Prevenção da Seds, Márcio Soares, acredita que a população em geral perdeu a vontade de participar das políticas municipais, estaduais e nacionais nos últimos anos, e somente com esse incentivo a situação pode mudar. “Queremos fazer com que os jovens se sintam protagonistas nas discussões acerca de políticas públicas. Precisamos resgatar o desejo por participar nas decisões que afetam a sociedade, e o melhor caminho para isso é incentivá-los desde cedo”.
Projeto
O programa é dividido em quatro etapas. A primeira consiste na formação de oficinas temáticas, de audiovisual, com a finalidade de produzir uma conexão entre memórias, território e a prevenção da violência. Durante a segunda parte, são realizados encontros entre a banda da Guarda Civil de Contagem (GCC) e o grupo Batucarte, que promove a difusão da música e cultura para jovens de localidades carentes. As oficinas são concluídas com a produção de um documentário, onde os próprios jovens são os responsáveis pelo roteiro, direção, filmagem e edição da obra nomeada de “Mostra das Quebradas”. Por fim, são realizadas duas sessões de cinema, em espaços públicos e acessíveis à população, com a exibição do documentário produzido. O projeto tem duração de seis meses.
Segundo informações da Seds, o público-alvo do programa são adolescentes e jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos. Participaram 20 pessoas, de cada regional, nessa última edição. “É esperado que esses jovens sejam capacitados para o reconhecimento das memórias culturais e históricas do território, para o uso de ferramentas audiovisuais e produção de roteiros, em técnicas de percussão, além da capacitação de oito horas de temáticas relacionadas à segurança pública e prevenção à violência”.
Também é previsto que cada atividade prática proposta seja realizada ao menos uma vez, com a possibilidade de outras execuções. Para mais informações, é só procurar o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e/ou Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da sua região.
Execução
Membros da banda da GCC estiveram presentes no Cras da unidade Industrial, Nacional e de Nova Contagem, com integrantes do Batucarte, para a realização das atividades práticas e teóricas, no início deste mês. Os alunos aprenderam a ler partituras, identificar notas e elementos musicais, além de trabalhar na criação de ritmos.
Segundo o maestro da banda GCC, Tiago Teotônio, os encontros têm sido bastante produtivos, com boa participação dos jovens. “São alunos que muitas vezes não têm a oportunidade de participar de coisas assim no seu dia a dia. É muito importante fazer com que eles tenham proatividade para estar aqui e influenciar outros a participarem”.
Além das atividades com a banda, os jovens também compareceram às palestras promovidas pela Guarda da Mulher, a respeito da prevenção a violência contra a mulher, no âmbito escolar, doméstico e social.
