De acordo com uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), 62% dos consumidores pretendem ir às compras para o Dia das Crianças. Os dados revelam que, desse total, 94,3% ainda não realizaram as aquisições, o que mostra uma chance de crescimento das vendas na próxima semana. A data deve injetar R$ 2,32 bilhões na economia da capital mineira, o que representa incremento de 1% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado.
Os belo-horizontinos entrevistados projetam um gasto médio de R$ 113,28, por presente, o valor representa um aumento de 21,87% em comparação a 2021, quando o investimento foi de R$ 92,25. Neste ano, a previsão é de que os clientes comprem até duas lembranças, totalizando R$ 226,56.
Para o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, a chegada da data alavanca as vendas do setor e favorece o consumo para as principais datas comemorativas que estão a caminho, como Black Friday e Natal. “Elas carregam um apelo cultural e afetivo, influenciando positivamente a movimentação da economia. São oportunidades durante o ano para que os comerciantes ampliem o faturamento e os consumidores celebrem e presenteiem quem é importante”.
Os presentes mais citados pelos entrevistados foram brinquedos (46,2%); roupas (35,4%); calçados (14,6%); produtos alimentícios (11,4%). Já as formas de pagamento escolhidas serão cartão de débito (22,3%); à vista no cartão de crédito (21,7%); dinheiro (18,5%); parcelado no cartão de crédito (18,5%); Pix (14,6%); parcelado cartão da loja (2,5%); à vista no cheque (1,3%); à vista cartão da loja (0,6%).
As compras em lojas físicas são a preferência de 67,9% dos consumidores. Na comparação com o ano anterior, os dados revelam um crescimento de quase 14%. Já em relação às vendas pelo comércio eletrônico, observou-se uma queda de 20,7% em relação a 2021, registrando a preferência de 32,1% neste ano.
“O varejo físico sempre vai existir e com a flexibilização da pandemia já é perceptível que o fluxo de consumidores nas ruas e shoppings está sendo retomado. A experiência de compra física ainda é a preferida, mas isto está em transformação, os hábitos de consumo ainda estão mesclados. É cedo para dizer se o varejo físico irá superar o on-line, vejo como uma atuação conjunta”, comenta Silva.
Lado do empresário
De acordo com outra pesquisa da CDL/BH, quase metade dos empresários (45%) espera vendas melhores em relação a 2021. O fim da quarentena (70%) é o principal motivo pela expectativa de alta para o dia 12 de outubro.
Os lojistas estão confiantes e estimam um gasto médio por presente maior que o projetado pelos clientes, de R$ 122,05, aumento de 25% do valor na comparação com o ano anterior. Os itens de maior saída dos estabelecimentos deverão ser os brinquedos (36%) e as roupas (25%). Apesar do otimismo de elevação nas vendas, somente 28% dos lojistas pretendem aumentar o estoque de produtos para o Dia das Crianças deste ano. A maioria deles (61%) deve manter o mesmo volume de estoque do ano passado.
Segundo o levantamento, as redes sociais, como WhatsApp, Facebook, Instagram e TikTok (81%), serão as principais formas de divulgação dos produtos, seguida por decoração da loja (36%). “Hoje estar fora das plataformas digitais e das redes sociais é perder oportunidade de divulgação, de venda e de ser conhecido. Esses são instrumentos para alcançar os diversos consumidores em qualquer lugar, além de ser a forma mais acessível, usual e global para buscar informações sobre um produto ou uma empresa”, diz Silva.
Para o gerente comercial de uma loja de brinquedos, Lucas Rodrigues, o 12 de outubro sempre foi uma peça-chave para aumentar as vendas. “Esperamos manter o crescimento ainda mais robusto no período. Já contratamos colaboradores temporários para reforçar nosso atendimento aos clientes e o clima é de esperança, principalmente com a flexibilização e o retorno das pessoas às ruas”.
Ele ressalta a importância do digital nas vendas, visto o grande aumento nas compras on-line devido à crise sanitária. “É uma estratégia que dá retorno. Fazemos vídeos na loja, acompanhamos as tendências e tentamos fazer algo para chamar a atenção, enquanto apresentamos nosso catálogo de produtos e promoções”.
A consultora de RH, Maíra Neves, diz que pretende presentear os seus dois filhos, pois, durante a pandemia, n ã o co n se g u i u dar presentes devido à delicada situação financeira da época. “Comprei doces que eles gostam e tentei fazer uma lembrança artesanal só para não passar em branco, mas, este ano, pretendo adquirir os brinquedos que eles pedem há um tempo e que, agora, posso pagar”.