Falta pouco mais de 2 meses para as eleições deste ano, mas o acirramento da polarização política mais intenso já acontece há alguns anos. Novamente, está bem clara a disputa entre esquerda e direita no Brasil e tanto apoiadores quanto pré-candidatos ficam com os ânimos exaltados. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio) indica que os casos de violência política cresceram 335% nos últimos 3 anos. Foram 214 ocorrências no primeiro semestre de 2022, enquanto o país teve 47 registros no mesmo período de 2019.
O empresário Fabiano Cazeca vê com tristeza esses embates políticos. “Pessoas se agredindo, se matando e trocando xingamentos. A política não deveria ter espaço para essas coisas. É preciso que as autoridades punam exemplarmente os cidadãos que cometem esses tipos de crimes, seja violência física ou verbal”.
Ele afirma que essa oposição ocorre, principalmente, pelas redes sociais. “Essas mídias ainda são vistas por muitos como um ambiente em que se pode publicar qualquer coisa e não ser penalizado. Na verdade, existem leis para isso, mas poucos têm o hábito de denunciar. Mais uma vez, temos no cenário atual uma polarização entre esquerda e direita, além de um centro totalmente apagado e sem reação alguma”, lamenta.
Cazeca reforça que a democracia é um regime político que deve sempre permanecer. “Ela não existe se não houver o respeito às instituições democráticas. Talvez muitos não se lembrem do período da ditatura no Brasil. É um sistema que ninguém deveria querer. Além de ser extremamente autoritário, as coisas aconteciam e ficavam ‘por baixo dos panos’. Na democracia também ocorrem escândalos políticos, mas tudo é investigado e as pessoas têm liberdade de falar sobre o assunto sem se preocupar com repressão”.
Recentemente, o Congresso aprovou uma regra que permite ocultar a identificação dos parlamentares responsáveis por indicar emendas de relator que, posteriormente, forem remanejadas para outras áreas do orçamento federal. “Tudo que é secreto não é bom. E um dos princípios da democracia é a transparência. Sou contrário a essa aprovação e vou continuar tecendo minhas críticas. O povo é o verdadeiro dono desse país e merece saber o que está acontecendo”, comenta.
Ainda de acordo com o empresário, o que acontece em Brasília acaba contaminando também outros políticos. Em Minas, os nomes que aparecem à frente nas pesquisas para o Palácio Tiradentes são o atual governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). “Ambos tem trocado farpas. Acredito que todo mundo tem direito de ser candidato, mostrar suas propostas e ideias de governo, mas também é necessário saber tratar seus adversários com o devido respeito”, conclui.