Com o avanço da vacinação contra a COVID-19, falar sobre a volta à normalidade não parece mais um sonho distante. Após o longo período de isolamento, alguns segmentos já estão sentindo uma melhora. Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostraram que, em maio, o setor na esfera nacional cresceu 45,7%, com faturamento de R$ 9,6 bilhões . Entretanto, em meio à alta de preços dos itens básicos, como viajar sem comprometer o orçamento? A solução para muitos tem sido fazer empréstimo, segundo revela uma pesquisa feita pela FinanZero.
De acordo com a análise, a procura por crédito para viagens apresentou um avanço de 307% em junho deste ano quando comparado a 2020. Já no comparativo mês a mês, a alta apontada para a busca de dinheiro por conta de viagens foi de 15% em relação ao mês anterior. Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no mesmo mês, as empresas aéreas registraram aumento de 16,2% no número de passageiros no comparativo com o mesmo período de 2020. O percentual é equivalente a mais de 4,2 milhões de pessoas que voaram pelo país.
Para o sócio-diretor da FinanZero, Cadu Guidi, todo gasto requer planejamento. “E, em uma viagem, não é diferente. Por isso, é importante analisar as despesas fixas no mês para saber o que irá sobrar. Só assim, terá certeza se faz sentido a solicitação do empréstimo para esse fim”.
O professor de economia, Mathias Naganuma, explica que a busca por empréstimo se dá, principalmente, pelo fato de as operadoras de turismo inserirem novos produtos no mercado. “Tudo isso em decorrência da queda de faturamento. Um exemplo são os concedidos por meio de fintechs, que oferecem uma alternativa para viabilizar o acesso às viagens de seus clientes”.
Para ele, o mais indicado é buscar meios de incluir a viagem no orçamento.“Atualmente, inúmeras empresas de turismo oferecem programas em que se paga uma mensalidade e, após determinado tempo, o cliente tem a possibilidade de escolher o destino que deseja viajar. Não há incidência de juros e os pacotes, para os que participam do ‘clube’, são comercializados a preços mais baixos. Outra opção é trocar os pontos acumulados em programas de cartão de crédito para pagar a totalidade da viagem ou ao menos uma parte dela”.
O turismólogo Gustavo Zschaber diz que as pessoas já estão enxergando a viagem como uma forma de investimento e não como algo supérfluo. “Sendo assim, é preciso colocar esse parcelamento como algo essencial, semelhante a conta de luz e água, por exemplo. E, agora, tudo é mais facilitado, principalmente devido aos parcelamentos e empréstimos”.
A designer de unhas, Izabel Moraes, optou por pedir um empréstimo para conseguir as vantagens de uma promoção para o Nordeste. “Se eu pagasse à vista, o desconto beirava os R$ 400 no pacote que inclui passagem aérea e hotel. Parcelado tinha juros e aumentaria o valor final. Já na hora de solicitar o empréstimo, consegui um parcelamento muito bom e sem juros. Vi vantagem e decidi seguir por esse caminho. Minha viagem é mês que vem e está toda paga graças ao empréstimo, sendo que já quitei duas das 6 prestações e, por isso, estou indo tranquila”, conclui.