Por parte do governador Romeu Zema (Novo) não há nada de concreto, mas deputados do MDB insistem em convidar o atual chefe do Executivo para se filiar à sigla. Os argumentos utilizados são o fato de serem um dos maiores partidos de Minas, com 7 parlamentares, e dos emedebistas estarem no comando de um bloco parlamentar, com 24 integrantes, considerado o mais expressivo da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG).
A possibilidade de Zema sair do Partido Novo não é novidade, mas, agora, a informação ganha mais detalhes.
Segundo se comenta nos bastidores da Casa, não tem sido fácil para as lideranças do governo conseguirem votos e aprovar projetos importantes. No caso recente da aprovação do aumento dos salários para os servidores, os parlamentares de esquerda aprovaram a matéria, enquanto os dois representantes do Novo, partido do governador, votaram contra e ainda concederam entrevista à imprensa criticando o tema enviado pela Cidade Administrativa.
As chances de Zema abandonar seus companheiros é um tema em construção, porém, já existe um movimento de acordo com o que se ouve nos bastidores da ALMG. Há um verdadeiro disse-me-disse quando o assunto é convencer o governador a mudar de sigla. E, ao que tudo indica, quem está à frente dessa persuasão é o líder do bloco dos 24 deputados apoiadores do governo, Sávio Souza Cruz, considerado um dos parlamentares de grande influência verbal.
Obviamente essa é uma pauta que perpassa por vários segmentos internos, inclusive pelo próprio presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV). Não faz muito tempo que ocorreu um encontro do chefe do Executivo estadual com alguns políticos mineiros, entre eles, o ex-governador Alberto Pinto Coelho que teria dito: “Governador, o apoio formal de deputados no âmbito da ALMG facilita muito o trabalho administrativo”. E, talvez, esteja aí a motivação para sua saída do Partido Novo. É que com mais de 2 anos de mandato, Zema não tem uma base de sustentação firme no Legislativo mineiro. Pelo contrário, é sempre uma luta permanente no momento de garimpar votos.
Os matemáticos da política mineira acrescentam ao mote mais um ingrediente: o Novo já definiu o vereador Mateus Simões para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Ou seja, isso serve de fagulha na gasolina espalhada entre o atual prefeito Alexandre Kalil (PSD) e Zema.
Não é novidade que Kalil almeja criar o seu grupo político, independente do Palácio da Liberdade. E a candidatura de Simões, neste momento, é apenas por questão ideológica, uma espécie de exigência estatutária. O nome dele não chega a ser competitivo para enfrentar a popularidade de Kalil, embora exista a intenção de Simões em construir alianças com os grupos de esquerda para fazer oposição à administração municipal da capital mineira.
Tribunal de Contas
Neste segundo semestre, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Sebastião Helvecio, terá direito a aposentadoria compulsória e, nos meandros políticos, é visível a agitação para saber quem vai ocupar o lugar dele. O nome mais comentado é justamente o de Sávio Souza Cruz por ser um dos mais antigos da Casa e, também, por ter comandado diferentes secretarias de estado.