A estudante de Letras, Letícia Fontenele, 24, conta que os primeiros sinais de câncer de pele apareceram há 2 anos. “Achei que fosse uma picada de mosquito, mas depois criou casquinha no local e ficou uma marquinha, como se fosse um sinal. Fui deixando, o tempo foi passando e a marca continuou lá”.
Por não ter plano de saúde, Letícia foi prolongando a consulta ao dermatologista e apenas neste ano fez uma visita ao profissional. “Pesquisei sobre câncer de pele na internet e as características eram diferentes da marca. Então, não me preocupei muito. Após uma consulta com uma dermatologista, fiz a biópsia e foi confirmado que era um carcinoma basocelular, um dos tipos da doença”. Ela teve que passar por uma cirurgia e vai ao especialista a cada 3 meses. “Por ser multifocal, as chances de voltar são maiores”.
Assim como ela, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, 180 mil novas pessoas têm o diagnóstico de câncer de pele por ano. Isso significa que 1 em cada 4 casos novos de câncer no país, é de pele. Mas, quando descoberto no início, a doença tem mais de 90% de chances de cura.
A dermatologista Maria Carolina diz que o câncer de pele pode apresentar ou não sintomas e que é necessário prestar atenção em lesões que coçam, descamam, sangram, doem ou não cicatrizam. “Costumo também orientar para ficarem atentos às lesões que são muito diferentes umas das outras, que chamamos de sinal do ‘patinho feio’”.
Ela explica que essa patologia está presente em todos os países, mas locais tropicais, como o Brasil, onde a incidência dos raios ultravioletas é mais elevada durante o ano todo, é mais comum que no restante do mundo. “As principais causas do problema são exposição solar e bronzeamento artificial. Ele pode gerar uma lesão de pele que tenha uma agressividade local como também pode até levar à morte”.
O câncer de pele acomete mais homens e pode ser ou não hereditário, por isso, é importante sempre falar do histórico familiar. “Normalmente o tratamento é cirúrgico, obtendo-se a cura quando o diagnóstico é realizado de forma precoce”.
A especialista finaliza dizendo que a melhor forma de prevenção é usar protetores solares associados a roupas, chapéus/bonés quando estiver exposto ao sol, além de evitar os horários de maior incidência dos raios solares, que são, principalmente, entre 10 às 16h. “São pequenos cuidados que podem fazer a diferença no futuro”.