A menos que as regras eleitorais sejam alteradas, a partir de agora começa a ser desenhado um quadro mais nítido em relação à sucessão para governador em 2018. Entretanto, essa é uma hipótese distante, pois a lei sobre esse tema teria de ser aprovada até um ano antes das eleições. E, como o Congresso Nacional só tem espaço para debater a crise envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), fica tudo muito mais complicado. É bem possível que a resolução atual continue relativamente ao calendário eleitoral vigente.
Os matemáticos da política mineira apontam para a formação de três grandes grupos para atuação na disputa pelos cargos majoritários. O grupo um poderá ser capitaneado pelo atual governador Fernando Pimentel (PT), atualmente, líder de preferência do eleitorado, especialmente, nas cidades menores. Previamente, o governador sabe que pode contar com apoio de partidos mais ideológicos, como o PCdoB, Partido Verde, PRR, PHS, além de siglas menores, como o PSDC.
Quanto ao cobiçado PMDB, hoje, na base aliada do governo existe uma incógnita em relação ao seu próprio futuro. Uma das tendências seria caminhar com candidatura própria, tese rechaçada pelo presidente da ALMG, Adalclever Lopes, mas bem avaliada pelo presidente do partido e vice-governador Antônio Andrade, no momento com muita mais força do que qualquer outro membro da sigla.
Um segundo grupo, em formação, reúne o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), o ex-presidente da ALMG, Dinis Pinheiro (PP), com torcida do prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PHS). Aliás, de acordo com fontes não oficias, Dinis depois de uma reunião que varou a madrugada com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a cúpula estadual da sigla, teria praticamente selado a sua filiação junto aos petebistas. Ele, ainda comprometido com o Partido Progressista, em consonância pormenorizada, não teme arestas por lá. A sua possível desfiliação do PP, se acontecer, será por conta de uma estratégia política a ser montada.
Já em relação aos detalhes encaminhados para terceiro esquema, caberá a orientação final sobre o assunto ao senador tucano Aécio Neves. Ele teria, ao seu lado, os Democratas, podendo acrescentar o Partido Progressista, em definição de rumos e outros pequenos partidos. Aliás, se PSDB não convencer o senador Anastasia a disputar o governo mineiro pode, inclusive, sucumbir em Minas.
Neste bate-rebate, ninguém está querendo conversar abertamente com o PSD, presidido pelo deputado federal Diego Andrade. A bancada dos pedessistas é composta por 7 parlamentares federais e 6 estaduais. Se ficar quieta, sem ações mais ousadas, eles podem fazer parte do esquema montado pelo Palácio da Liberdade, visando a reeleição do governador Fernando Pimentel.