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Café está presente em quase 100% dos lares brasileiros

Ele pode ser servido quente ou gelado, puro ou misturado. Há ainda quem prefira forte ou mais fraquinho. Estamos falando do café que, de fato, é uma paixão brasileira e uma prova disso é que a bebida está presente em 98,2% das casas brasileiras. Estima-se que mais de 2 bilhões de xícaras sejam bebidas por dia no país, uma delas está ao lado desta repórter e é saboreada enquanto este texto é redigido.

O grão do café ocupa o 5° lugar no ranking de produtos que apresentam maior faturamento nas lavouras brasileiras. O valor arrecadado é de R$ 24,92 bilhões, que representa 6,5% dos R$ R$ 383,87 bilhões, somados com base no volume produzido e nos preços médios recebidos pelos agricultores dos 21 principais produtos agrícolas. Os dados foram obtidos do Valor Bruto da Produção (VBP), elaborado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) desde 2005.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor – perdendo apenas para os EUA. Estima-se que 40% do café vendido em todo o mundo saia do Brasil. Só nos primeiros 4 meses de janeiro, 13 milhões de sacas foram exportadas, crescimento de 26,8% em relação ao mesmo período do ano passado.


Somente em abril, 2,97 milhões de sacas de 60 kg foram vendidas para outros países. O número apresenta uma alta de 24,6% na comparação com mesmo mês do ano passado, com o país tirando proveito de uma safra recorde em 2018, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

A paixão em números
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), cerca de 84% dos consumidores ainda preparam o café filtrado, enquanto 4% utilizam preparação em monodoses ou cápsulas. O maior consumo é registrado no café da manhã (78%), seguido do café da tarde (49%).

O consumo da bebida pode ser dividido em dois momentos: o primeiro contato, que geralmente é entre 18 e 35 anos, é o mais moderado. Até o consumo mais intenso, a partir dos 40 anos. A região Nordeste é a que mais comercializa o café (+9,1%), seguida do Sul (+ 8,8%) e do Centro Oeste (+7,8%).

Para Helcio Carneiro, diretor-executivo da Unique Cafés, o café sempre foi importante, mas quando o Brasil foi crescendo economicamente, outras indústrias chegaram e ele perdeu um pouco a força. “No entanto, hoje, o país é o maior produtor mundial e 40% do que é vendido lá fora é exportado daqui”.

Ele conta que, atualmente, a percepção da população acerca da bebida é diferente. “Antes, era um líquido dentro de uma garrafa térmica. E isso mudou, as pessoas se preocupam com a qualidade. Em BH é comum vermos cafeterias sendo inauguradas, porque há uma demanda por esses espaços”.

Amantes de café
O café virou uma das paixões da empresária Márcia Machado. “Comecei a tomar com frequência quando estudava para o vestibular, pois a cafeína me dava um up. Com isso, fui criando gosto e quando vi já estava apaixonada. Gosto mais fraco e suave, por isso, não sou muito fã do de máquina. O café coado tem seu lugar e, a partir disso, criei o hábito de ir em cafeterias”.

O amor do cartunista Mauricio Squarisi pela bebida é tão grande, que ele fez o filme “Café, um dedo de prosa”. O longa fala sobre a importância da bebida para a história do Brasil de maneira humorada. “Fiquei 2 anos pesquisando, encontrei o livro ‘História do Café’, de Ana Luiza Martins e a partir daí a animação foi ganhando vida. Após as exibições – que são pontuais – há sempre um debate sobre a bebida”.