
Nos últimos cinco anos, as ocorrências de estelionato triplicaram no Vale do Aço, foram 2.286 episódios somente em Ipatinga. Em 2024, 1.314 casos de agressões contra mulheres, na Região Metropolitana do Vale do Aço, foram registrados. Um crescimento de mais de 20% em relação a 2023, segundo o deputado Celinho Sintrocel (PCdoB). O parlamentar solicitou uma audiência na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada no dia 22 de abril.
O intuito da audiência pública foi debater as condições da segurança pública, a violência, a criminalidade e as ocorrências policiais na área de abrangência do 58º Batalhão de Polícia Militar, no município de Timóteo e no Colar Metropolitano do Vale do Aço.
O presidente da Câmara Municipal de Timóteo, Adriano Costa Alvarenga (PRD), explicou que há uma falta de efetivo na Polícia Militar na região. “Vários policiais foram para a reserva e nós não temos profissionais para recompor o quadro. Na Civil também faltam investigadores. Há uma dificuldade de operação de forma mais consolidada, tanto por parte da Polícia Militar quanto por parte da Civil”.
“Temos que trazer uma solução para os crimes, melhorar a sensação de segurança para a população e dar condições para que o efetivo Militar e Civil possa ser acrescido na região. Além de trazer uma solução sobre a Delegacia Regional de Coronel Fabriciano que trará um impacto muito positivo, se caso ela se consolidar, pois vai diminuir a perda de efetivo no horário de trabalho, por ter que se deslocar para a cidade de Ipatinga, por contar com apenas uma Regional, e ter um investimento maior nas forças de segurança”, finaliza.
Vários representantes da população da região estiveram presentes, como vereadores e prefeito, e algumas reivindicações foram apresentadas na reunião, como a criação de guardas municipais, a implantação de Delegacia Regional, aumento do efetivo das Polícias Militar e Civil e uma Delegacia Especializada da Mulher.
O deputado Celinho Sintrocel destacou a importância de maior efetivo policial, tanto nas ruas como na zona rural, para prevenir a criminalidade e diminuir a sensação de insegurança da população. “Precisa que o Estado promova mais concurso público para oferecer mais policiais, pois quando vemos a polícia militar na rua, em maior número, a gente sente a segurança mais forte. Mesmo sabendo que esses profissionais têm feito o possível, só com investimentos do governo do Estado que vamos melhorar”.
Já o deputado Sargento Rodrigues (PL), que presidiu a comissão, ressaltou que nos últimos três anos a rubrica de investimento do Estado nas polícias militar e civil tem sofrido queda brusca. “Tendo o Executivo se valido de emendas parlamentares, de transferências da União e de recursos oriundos dos acordos pelos desastres de Mariana e Brumadinho”.
Posicionamento das polícias
O comandante da 12ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais – que abrange 97 cidades, entre as quais Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga – coronel Márcio Roberto de Sousa, disse que, no ano passado, 178 novos policiais militares passaram por formação para que os municípios do Colar Metropolitano recebessem cada um, pelo menos, oito policiais. “E também há um concurso em andamento destinando mais de 300 vagas só para a 12ª Região. A formação dos selecionados deverá começar no segundo semestre, com os formandos já entrando em estágio durante a própria formação”.
No âmbito da Polícia Civil, o delegado Gilmaro Alves Ferreira, afirmou que está em estudo a implantação da reivindicada Delegacia Regional de Coronel Fabriciano. “Já sobre a Delegacia Especializada da Mulher, frisou que, até o momento, houve a criação do Núcleo de Atendimento à Mulher, com a designação de delegada atuando em Coronel Fabriciano e Timóteo”.
Ele ainda declarou que há um esforço do Estado para aumentar o efetivo. “No último concurso foram destinados a Coronel Fabriciano dois escrivães, estando previstos mais servidores para a região”, afirmou o delegado.