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Março Amarelo: mês é dedicado à conscientização da endometriose

Foto: Freepik.com

O Março Amarelo é o mês de conscientização sobre a endometriose, e de acordo com informações do Ministério da Saúde, estima-se que uma em cada dez mulheres enfrentam a doença no Brasil. Ela ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio, que reveste a parte interna do útero, cresce fora dele. Este tecido pode ser encontrado nos ovários, nas trompas de falópio, na bexiga, nos intestinos e até em áreas mais distantes, como os pulmões. Esse crescimento anômalo pode causar inflamação, dor intensa e, em alguns casos, até infertilidade.

Segundo a ginecologista Fernanda Silva, a dor é o principal sintoma da doença. “Muitas mulheres acabam demorando a procurar ajuda médica porque associam a dor à menstruação intensa. No entanto, a dor da endometriose pode ser contínua, ocorrer fora do período menstrual e ser muito debilitante”.

“Outros sintomas incluem dor durante ou após relações sexuais, dores ao urinar ou evacuar, especialmente durante o período menstrual, e até dificuldades para engravidar. O grau de intensidade dos sintomas pode variar de mulher para mulher, com algumas experimentando sintomas mais leves, enquanto outras enfrentam dor crônica”, explica.

Difícil diagnóstico

O diagnóstico é desafiador, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como a síndrome do intestino irritável ou doenças urinárias. O clínico geral Lucas Almeida destaca que “o diagnóstico definitivo só pode ser feito por meio de uma laparoscopia, que é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo. Porém, exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, podem ajudar a identificar lesões mais evidentes”.

Infelizmente, muitas mulheres passam anos sem diagnóstico, o que pode atrasar o tratamento adequado e agravar a condição. “É fundamental que a paciente procure um especialista ao perceber sintomas fora do comum, como dores intensas durante o ciclo menstrual, pois, com o diagnóstico precoce, podemos adotar um tratamento mais eficaz”, alerta Almeida.

Tratamentos

Embora não exista cura para a endometriose, os tratamentos disponíveis ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes. O tratamento pode incluir medicamentos, terapias hormonais, cirurgia e, em casos mais graves, uma combinação de abordagens.

Fernanda explica que “os medicamentos mais comuns são os analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor, além dos tratamentos hormonais, que visam reduzir a produção de estrogênio, responsável pelo crescimento do tecido endometrial fora do útero. Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para remover o tecido endometrial que está fora de lugar”.

Além disso, o tratamento psicológico também é importante, já que a endometriose pode afetar a saúde mental das pacientes devido ao impacto da dor crônica e da infertilidade. “A abordagem multidisciplinar é essencial, incluindo apoio psicológico e, se necessário, acompanhamento de uma nutricionista, já que uma alimentação balanceada pode ajudar no controle da inflamação”, complementa.

Almeida diz que, “embora a endometriose não possa ser evitada, uma detecção precoce e um manejo adequado da doença são essenciais para melhorar a qualidade de vida da mulher afetada. O acompanhamento médico regular, especialmente para aquelas que têm histórico familiar de endometriose, pode ajudar na identificação precoce da condição”.