O futevôlei, esporte que mescla futebol e vôlei de praia, tem conquistado cada vez mais adeptos, tanto nas praias quanto em quadras fechadas, se consolidado como um dos esportes mais praticados no Brasil. De acordo com a Federação Paulista de Futevôlei, este tipo de atividade aumentou mais de 250% durante a pandemia, e a participação de crianças, adolescentes e mulheres triplicou durante os últimos anos.
O esporte teve sua origem na década de 1960, mas foi a partir dos anos 1990 que o esporte realmente se popularizou, especialmente nas praias do Rio de Janeiro. Em 2024, o futevôlei já é praticado em diversas regiões do país e com uma quantidade crescente de torneios profissionais.
O professor de futevôlei, Roberto Vieira, diz que a modalidade se distingue pelo alto nível técnico dos jogadores, que, além de habilidade com os pés, exigem força física, resistência e estratégia. “O futevôlei requer que os atletas realizem passes e defesas com os pés, cabeça e peito, sem permitir que a bola toque o solo, de forma semelhante ao vôlei de praia, mas com a pegada do futebol, atraindo um público diversificado”.
“Uma quadra de futevôlei possui dimensões de 9 metros de largura por 18 metros de comprimento, sendo dividida por uma rede que tem 2,2 metros de altura. O jogo pode ser disputado por dois, três ou quatro atletas em cada equipe, mas, em competições oficiais, a formação é sempre composta por dois jogadores por time, seguindo o mesmo formato do vôlei de praia”, completa.
Vieira explica que o futevôlei oferece diversos benefícios físicos, como o fortalecimento muscular, principalmente nas pernas, abdômen e braços, devido aos constantes saltos e movimentações rápidas. “A prática melhora a resistência cardiovascular, a coordenação motora e a flexibilidade, além de ajudar no equilíbrio e na agilidade. O esporte também contribui para o aumento da capacidade aeróbica e para o controle do peso, já que exige grande gasto calórico”.
“Além disso, promove benefícios mentais, como a melhoria da concentração, foco e tomada de decisões rápidas, essenciais durante o jogo. O esporte também ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, proporcionando momentos de lazer e diversão. Socialmente, favorece a interação entre os participantes, estimula o trabalho em equipe e fortalece os laços de amizade, já que é praticado frequentemente em grupo nas praias, criando um ambiente de sociabilidade e inclusão”.
O designer Marcos Cardoso é praticante do futevôlei há dois anos. “Fisicamente, estou muito mais forte, meu condicionamento e flexibilidade melhoraram. Juntamente com a musculação, a atividade me ajudou a perder peso e a manter um corpo saudável. No aspecto mental, sinto que sou mais focado e consigo lidar melhor com o estresse do dia a dia. O esporte também me trouxe uma nova rede de amigos, com quem compartilho muitos momentos de diversão, companheirismo e viagens”.
Ele ressalta que atualmente as ligas profissionais de futevôlei têm atraído patrocínios de grandes marcas, criando oportunidades econômicas para atletas e organizadores de eventos. “O aumento de transmissões ao vivo, principalmente nas plataformas digitais, tem levado a modalidade a novos públicos, contribuindo para a disseminação do esporte”.
Desafios
Para Vieira, apesar do crescimento, o futevôlei enfrenta alguns desafios no Brasil. “A falta de uma infraestrutura adequada para o esporte, como quadras específicas em várias regiões, ainda é um obstáculo. Embora as praias sejam o local natural para a prática, muitos jogadores profissionais carecem de espaços adequados e de investimentos que garantam a manutenção de um alto nível de treinamento”.
“Outro desafio é a necessidade de um maior reconhecimento institucional do futevôlei, com a inclusão da modalidade em eventos esportivos de maior porte. Apesar de ter ganhado popularidade nos últimos anos, ele ainda não possui o mesmo apoio e visibilidade que outros esportes de praia, como o vôlei de praia”, conclui.